sábado, 28 de fevereiro de 2009

E eu que ainda não


E eu que ainda não havia aprendido a ficar calada,falava o que não devia na hora certa.
E eu que ainda não sabia falar,me calava quando as palavras existentes já não eram mais ditas.
E eu que ainda não sabia ouvir,desligava minha percepção quando o tato entrava em jogo.
E eu que ainda não sabia beijar,parava a sincronia descontinua da minha boca pra poder continuar com os olhos.
E eu que ainda não sabia ver,abria os olhos para que aquelas imagens decodificadas fossem descobertas pelo meu corpo.
E eu que ainda não sabia amar,colocava tudo em risco mesmo quando havia uma necessidade desnecessária.
Eu,infringindo todas as leis imaginariamente existentes me fazia viva,mesmo sem saber.
E eu que não sabia o que era vida,me fiz morrer para acordadr no real.
E eu que não sabia o que era morte,a desafiei vivendo um dia a mais do que deveria ter vivido uma pessoa de sorte lamentavel.
E eu querendo saber o que era juventude,me quebrei em incontaveis pedaços imutaveis e me roubei um deles que agora carrego sempre comigo.
E eu que queria ser inventada, gritei em braile para que o mais sencivel dentre aqueles que não podem ver me sentisse nos dedos e me fizesse como qualquer outra pessoa fosse incapaz de o fazer:com perfeições tão tortas,as piores.
E eu que tentava descobrir o descobrimento e o auto também,me fiz rouca ao perguntar,me fiz louca ao enteder,me fiz paranóica ao imaginar,me fiz atenta ao ouvir,me fiz inteligente ao tentar,me fiz teimosa ao discordar.
Me fiz pensante ao te ver.
Me fiz amante em você.
Me fiz descoberta em tecido.

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