domingo, 29 de novembro de 2009

Tendências

  Por onde passo marco setas coloridas.O mundo é meu alvo.Se te acertei foi mero acaso.
  Não me desculpe pois não peço desculpas.Não me olhe pois não peço platéia.
  E se eu te disser que já me acostumei com as cadeiras vazias? E se eu te disser que nunca foi essa minha intenção?(Sou apenas indolente).Não,você não vai acreditar. Eu não quero que acredite.
 E se eu te disser que você não me surpreende? Que nunca me surpreendeu? Que perto de você eu beiro a indiferença.Que  perto de você eu sou má,e eu sou tão essencilamente boa...Não diga que me ama a não ser que queira que eu pise nesse amor.
  
 Eu me mostro para as lunetas.

  Quer ver minha sacola?Hoje apenas comprei incensos e alguns aquários. Sonhei com peixes noite passada. Se foi só isso? Nunca é. Ainda é um sonho. Não percebeu que você não passa de um impulso nervoso meu?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Senhores Humanóides não veem o que têm de fazer?


Oh, sim meus queridos irmãos de cérebro,temos capacidades!




Destruam tudo, deturpem  os atos mais trivais,humilhem os celestiais e vulgarizem a perfeição.
É isso o que têm de fazer e o fazem tão bem.
Crises de correspondência.

Tempo suicidado em gotas verbais.

Pre(ju)dicado,o sujeito,coitado,esqueceu de predizer.

Futuro sem pretenção.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

me devore e deixe(-a,) a carne
Teus ince(stos)nsos me defu(ntam)mam.



           

      Sua língua está no  meu

                      
                     caminho.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

RECORDE

Olheiras enormes em curtos espaços de tempo.


                                                   Quem dá mais?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Deser(ta)da(da)

  Eu tinha olhos absurdamente verdes e estava num deserto. Estava perdida. Sabia o que fazer pra não mais estar, afinal, era uma filha do deserto, mas gostava da sensação.
  Estava sentada na areia e uma ventania avassaladora intuia me desintegrar, pelo menos era isso o que estava acontecendo com as dunas, fazendo com que as dissolvese e as edificasse em segundos. Mar revolto, mutável e instável.
  O sol estava  a pino, meu mentor a atormentador. De tão forte me impedia de olhar pra cima, ofuscando qualquer intenção minha de ver o céu, a não ser pelo horizonte, e isso também se tornava cada vez mais difícil pela chuva de areia que só  não me penetrava os olhos pelos meus cílios abundamntes e longos. Fartos.
  Minhas roupas eram leves dando a sensação de que sairia voando a cada rajada maciça e emparedante de vento.
  Subitamente uma pressa me invade e sinto que tenho que ser rápida, mas não posso correr, o vento e as dunas me impediriam. Então levanto e movimento-me segundo os conselhos do vento: teria que me mexer como ele, no mesmo ritmo. Também sílfide.
  As dunas são ondas quentes.
  Levanto e pego um punhado de areia/mar em minha mão e o jogo do alto: ele se dispersa em todas as direções. Sei exatamente aonde ir. Com leveza rápida, lépida e leve caminho sem passos numa distancia de talvez três metros, então abaixo, pego outro punhado de areia/mar e o jogo do alto. Ele outra vez se dispersa por todos os lados e mudo completamente de direção. Repito isso por várias vezes por uma tempo de talvez duas horas.
  Encontro um oásis.
  Paro e admiro-o. Suas águas são tão verdes quanto os olhos meus. Meus olhos diluem-se diante de tal visão. Talvez origem, talvez fim. Ando em direção à água e nela mergulho. Longo mergulho.
  Quanse fico cega.
  Quando volto à superfície, percebo que o vento está feroz e arrebatadoramente mais forte. Vejo agora que ele está varrendo as dunas e dispersando a água, o que sobra não é mais chão. 
  Olho para o meu corpo e vejo que ele também está.
SER POETA
              É FAZER SURGIR

DA BOCA DE QUEM NÃO FALA
                       
                                                      PÉTALA

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Refazenda

  Quando meus pés tocarem o chão,
  quero sentir o olho me fazer cócegas
  que as morsas me pareçam leves
  que a neve me aqueça as costas
  e que as apostas sejam esquecidas
  numa poça dessas bem esmaecidas

  Quando a mitologia revelar seu nome
  quero a História de tinta nova
  e o que me motiva sejam Odes do tempo da poesia pragmática e do amor dogmático.
  Que pragas do amor mut(u)alizado não recaiam sobre os mesmos ímpios,
  para que os arrrepios sejam em outras estações.

  Quando a chave se perder em minha mão,
  quero flores chovendo o chão
  quero flautas chorando o fel
  a guerra romper-se em mel
  quero a cor da hematita pintada no céu.

  Quando o viscoso escoar,
  na casa mais antiga da história mais bonita,
  a colina rasa se estenderá por sobre meus pés
  e lírios tigre se mesclarão aos meus cabelos em mechas madeixas
  por onde se esgueiram os segredos da terra,
  por onde se encerra a cada serra passsante
  em cada sonho errante de realidade cadente.

  Quando as palavras semearem a mente,
      Que se faça a chuva
      Que se faça sol.
  Que se molhe a Lua presa ao firmamento por anzol
  para pescar admiradores:
  boemios e trovadores,
  seresteiros e amantes,
  que antes já foram desamores.

  Quando o mar secar a minha boca,
  que minhas constelações feitas de sal
  se banhem no mais puro anil.
  Por onde passam prazeres
  que se faça a sorte em sua essência mais vil.
  Que os ventos me abençoem da primazia da rosa,
  que venta e se espalha por espelhos
  de finas laminas salinas
  onde rendas finas namoram a terra.

  Quando a estrela  se desmaterializar
  que a açucena se desfaça em feixes de luz
  que a amarílis floresça nos horizontes cálidos de Caiena
  em doces gotas de caiana
  que a ana de tantos sufixos e prefixos
  se fixe no céu e se derrame sem nexo, sem sexo e nem eixo
  eu deixo.

 

Pa.piro

                       O chão papiro pira cada vez que piso na pira
                       onde se encontram palavras queimadas pela (l)ira

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Violentando

  Os sabiás que me sabem ser assim como sou, me aparecem esporadicamente. Não me contam nada, mas me cantam odes da época em que eu ainda não conhecia flores.
  Os bem-te-vis, que me veem e vêm todos os dias me ver bem de perto, esses sim gostam de mim ou talvez do que veem. O que lhes vêm com frequência constante é aquele amarelo que não sei se já gosta de mim. Aquele peito pomposo quase me parece uma prece ofegante cheia de promessas que eu tento não mais acreditar. Mentiras? Não, nunca foram. Mas quando se aflora a tendência é desconfiar mais pois a beleza atrai de tudo.
  Uma possível erudição vem da rua infeliz. Entorna tudo com voracidade, olha pra cima, bebe o céu com os olhos e sente-se diluindo mais do que antes já estava, já que agora é minguante dispersa.
  Traz constelações à boca e areia na alma. Um vento abala o firmamento e leva sedimentos. Aceita a vida e muda sentimentos, se permite clichês e percebe que pode ser feliz vivenciando um, mais do que se abstraindo do óbvio.
  Tenta se limpar com a pureza dos ou(t)ros e sente-se melhor com o descostume alheio, coma falta do que fazer com os braços, com arrebatamentos desajeitados em aramários.
  Anda olhando pra cima, fincando calcanhares apesar da leveza de alma; não chega a lugar nenhum, nem a si mesma, talvez à promessas de uma futura vida de entendimentos e calmaria. A calma iria e riria de si se visse como andam agora as coisas por ali e por aqui a calma apenas seria uma calma que iria talvez virar calmaria mas não riria se apenas encontrasse entendimentos desentendidos, pois a compreensão é outra coisa, e a calma que viria a ser calmaria ambígua seria se desacompanhada de desentendimentos e compreensões desaparados.