sábado, 28 de fevereiro de 2009
A Ana
A Ana é uma pincelada.
Ela colori a lua sem graça e sem criatividade. Ela aquarela e borra. Faz transbordar a falta que faz.
O sangue escorre de mim, ele está maduro pra ser escrito e escorrido. Ele mancha, brota, canta.
Ah sim! Ele canta. Ouço bater na água a melodia vermelha de cheiro forte e som suave.
gota
a
gota
Escorre de minha essência. Do íntimo, do meu âmago. Estou seca.
A Ana escorre secando o caminho que molha a lua. A lua irriga-se. Alegra-se. Vinga-se de tanto tempo sem Ana. Maltrata-a deixando aquela melodia sem foz, sem uma voz. Aquela melodia escoa oca. Escoa: ecoa. Escoa louca. Escoa rouca. Escoa soco. Ecoa pouco.
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