sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Caraminholando
Ai de mim.
Quando caraminhola.
Toda caraminholuda.
Ainda sou tudo.
Mas saudades de quando me sentia tudo.
Divorciada de minhas ideias.
Elas querem me tocar de leve, sentir-me quente, querendo ser sentidas frias. Se aproximam devagar, mexem no meu cabelo, me caraminholam e eu as nego.
VEEMENTEMENTE
As nego pois não as quero agora. E se elas me tocarem eu esqueço que as estou negando.
(estou a desejar ardentemente)
que me penetrem as e.s.ntranhas de maneira sensual e saigrosa. Que pire meu útero e me faça parir uma dentadura ou uma outra boca. Que mastigue, devore e cuspa palavras que não consigo proferir agora.
Parada nunca corri tanto
Alada sempre parei canto
e meu cabelo nunca foi tão embaraçado
- culpa das minhas caraminholas
todas caraminholudas.
Quando caraminhola.
Toda caraminholuda.
Ainda sou tudo.
Mas saudades de quando me sentia tudo.
Divorciada de minhas ideias.
Elas querem me tocar de leve, sentir-me quente, querendo ser sentidas frias. Se aproximam devagar, mexem no meu cabelo, me caraminholam e eu as nego.
VEEMENTEMENTE
As nego pois não as quero agora. E se elas me tocarem eu esqueço que as estou negando.
(estou a desejar ardentemente)
que me penetrem as e.s.ntranhas de maneira sensual e saigrosa. Que pire meu útero e me faça parir uma dentadura ou uma outra boca. Que mastigue, devore e cuspa palavras que não consigo proferir agora.
Parada nunca corri tanto
Alada sempre parei canto
e meu cabelo nunca foi tão embaraçado
- culpa das minhas caraminholas
todas caraminholudas.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
Não gosto e não posto nada que não seja de minha autoria. Porém, esse trecho que vou postar agora merece ser colocado em território alheio (não que os outros não o sejam).
Sem mais.
"Estas palavras não são minhas. Talvez pertençam a outros, mais nobres, mais loucos, mais livres do que eu. Tento dominá-las, mas elas têm vida própria. Tento poli-las, mas elas têm forma bruta. Por fim, vencida, tento agarrá-las e me desespero se fogem de mim. Se são frágeis eu as desprezo, se não têm sentido elas me exasperam e se não são belas eu as odeio. Mas não adianta. Elas me governam."
Heloísa Seixas, Pente de Vênus.
Sem mais.
"Estas palavras não são minhas. Talvez pertençam a outros, mais nobres, mais loucos, mais livres do que eu. Tento dominá-las, mas elas têm vida própria. Tento poli-las, mas elas têm forma bruta. Por fim, vencida, tento agarrá-las e me desespero se fogem de mim. Se são frágeis eu as desprezo, se não têm sentido elas me exasperam e se não são belas eu as odeio. Mas não adianta. Elas me governam."
Heloísa Seixas, Pente de Vênus.
Diálogo com meu irmão
- Quer água com gás?
- Ah... não. Ela é meio sem graça, e tem gosto de nada.
- Ah... não. Ela é meio sem graça, e tem gosto de nada.
- Mas você queria tomar ela e ficar dando risada?
- O que?
- Você disse que ela é sem graça.
-Putz... você anda engraçadinho ultimamente né?
- É que eu estou tomando água com gás.
- O que?
- Você disse que ela é sem graça.
-Putz... você anda engraçadinho ultimamente né?
- É que eu estou tomando água com gás.
(¬¬)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Vida de filha única
é uma droga.
Por ele eu pagaria todos os micos do mundo.
(cara inchada e nutella, domingos de manhã)
Por ele eu pagaria todos os micos do mundo.
(cara inchada e nutella, domingos de manhã)
sábado, 15 de janeiro de 2011
A mulher invisível
E seria noite.
Sua alma morna, resignada.
Caminharia até os pés sangrarem
até o chão esfriar
até a alma acalmar.
Sua resignação era pela busca.
Uma busca tosca
pois em vão.
Um vão profundo na memória.
Não se lembra de nada antes dela
Ela sempre esteve lá.
Viera de onde?
Partira de quando?
Suas cores já confusas
os cheiros foscos
o tato amargo
A busca um fardo.
Mas o que poderia ele fazer? Contra aquela que chegara sem permissão, permanecia sem ficar e ia embora pra voltar?
E sangrariam seus pés.
E cegaria sua boca. Pois eram palavras cegas.
Sua língua era só barulho, suas palavras entulho, sua mente um mergulho.
E seria dia tal.
Tal dia chegaria.
Mas não partiria da vontade dele.
ele era um objeto
Dela, ele era um trajeto.
Dele, ela era uma traição.
Uma traição do natural
daquilo tudo que conhecia como real.
Ela era coisa e tal
(certas vezes puro mal)
porque ela era uma traição.
Quando o destino se enamora da voluptuosa vontade sem paixão, surgem ébrias traições contra Quem.
Surgem sérias contradições sem nem.
Mas o que poderia ele fazer?
Senão procurar em cada vão de memória, em cada éter onírico, em cada vontade calada, em cada unha quebrada uma maneira de encontrá-la por sua própria vontade?
Senão procurar em cada vão de memória, em cada éter onírico, em cada vontade calada, em cada unha quebrada uma maneira de encontrá-la por sua própria vontade?
Não era bem uma obcessão.
Ela não era o objeto da sua.
O que ele queria era provar para quem devesse ser provado que a sua vontade também manipulava.
E esse "quem" também incluia ele próprio.
(continua)
Mu(an)danças
Minha vida uma loucura.
Pegando meus restos pelo caminho pra conseguir receber um abraço de novo, ninguém gosta de abraçar pedaços.
Estou com um monte de estórias na cabeça e não sei quando vou conseguir acabar com esse bloqueio bobo de achar que não consigo fazer algo mais concreto.
Meu irmão vai pra Nova Zelândia dia 18 agora, e deus! Que falta absurda ele vai fazer.
Não passei no vestibular e parece que fui a única pessoa do mundo que não. Por mais que fosse algo esperado, é decepcionante.
Então, pra começar terminando com esse bloqueio infundado de achar que não consigo escrever algo duradouro, vai aqui minha primeira tentativa.
É um impulso.
E não sei o que fazer com isso.
(nem com as estórias nem com os impulsos)
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Por partes. (como um esquartejador)
O prólogo da minha despedida acontece enquanto relembro do cheiro das flores.
Um cheiro mestiço.
enquanto meu
quebradiço
olhar
olha para minhas mãos me lembrando das tuas
olha para minhas pernas me lembrando das ruas
olha para meus olhos me lembrando das luas.
As luas passadas
à nuas laçadas.
Era um lance de tudo,
de pele muda.
Eu mudando e você falando.
Eu muda.
Eu mudo.
Eu tudando um todo vazio.
Eu nada.ndo num nado rio.
E eu ria.
Você não entendia.
Não entendia que eu era capaz de querer mais.
Não antevia que eu era capataz
fracassada de uma sede sagaz.
E de uma vontade fugaz.
No meu pacote estava escrito:
os sonhos contidos.
(mas eles não eram contados)
E mudavam.
E se multiplicavam.
Mas isso era um acordo tácito
que não foi brindado
mas havia taças.
Um brinde a uma farça.
Dizer que quando sinto o cheiro das flores eu tenho mais possibilidades.
As minhas poças são lagos.
Os meus dados têm mais lados.
Dizer que não tenho princípios
(é uma péssima mania minha)
o que eu não tenho é memória
e por isso escrevo.
(faço história)
Eu mudo sentimentos e não o passado.
Uma força bruta
Uma parte luta
A minha arte
contra
a outra metade.
Um cheiro mestiço.
enquanto meu
quebradiço
olhar
olha para minhas mãos me lembrando das tuas
olha para minhas pernas me lembrando das ruas
olha para meus olhos me lembrando das luas.
As luas passadas
à nuas laçadas.
Era um lance de tudo,
de pele muda.
Eu mudando e você falando.
Eu muda.
Eu mudo.
Eu tudando um todo vazio.
Eu nada.ndo num nado rio.
E eu ria.
Você não entendia.
Não entendia que eu era capaz de querer mais.
Não antevia que eu era capataz
fracassada de uma sede sagaz.
E de uma vontade fugaz.
No meu pacote estava escrito:
os sonhos contidos.
(mas eles não eram contados)
E mudavam.
E se multiplicavam.
Mas isso era um acordo tácito
que não foi brindado
mas havia taças.
Um brinde a uma farça.
Dizer que quando sinto o cheiro das flores eu tenho mais possibilidades.
As minhas poças são lagos.
Os meus dados têm mais lados.
Dizer que não tenho princípios
(é uma péssima mania minha)
o que eu não tenho é memória
e por isso escrevo.
(faço história)
Eu mudo sentimentos e não o passado.
Uma força bruta
Uma parte luta
A minha arte
contra
a outra metade.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
A morena rosa
A morena rosa.
Dizia ela que se amarrava em prosa.
Mas ela era falsa.Dizia ela que se amarrava em prosa.
Era fabricada
Era brilhante.
E era receosa.
Aquela morena rosa.
A flor morena, aquela flor pequena.
Às vezes quase se esquecia.
Se esquecia que ela era mais de um.
Se esquecia da memória de nenhum. Se esquecia que se amarrava em prosa, e que so(f)ria na poesia.
Às vezes ela quase esquecia, a morena rosa.
ela não era delicada. Ela queria ser protegida.
-dela mesma
-dela mesma
aquela flor morena.
E deus!
Quando alguém iluminava sua hipocrisia.
Quando se sentia suja quando comia.
Quando sentia o que fazia.
Ah, deus!
E como doía.
Quando aquela flor orgulhosa
se molhava no Aral,ai deus! Como ardia.
Pétalas, flor, agonia.
Uma cicatriz vivia.
Ápora, aquela sede de ágora.
Paura.
Uma vontade ápura
(ex)pura.
em certa noite serena
pensou em deixar
- numa noite comum
Vou sair
Disse ela.
Em certa noite serena
aquela coisa pequena.Numa noite comum.
Uma rosa orgulhosa
viu que o hOMEM a chateava
Que a vida era quase boa
e que não se molhava só com garoa.
(esperava uma gota chuva a toa)
O seu enredo a boa atriz
ela não se doava como se quis.
Pediram-na consciência
e ela deu conivência.
Perdiram-na amor, um cadinho mais.
- ela não entendia. E chorria.
A flor morena rosa.Ela queria ela.
Ela sonhava em tela
por( )que ela, ela ela.
Ela queria altruísmo
ela queria outro pessimismo
não o dela.
Ela, ela ela.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Derivada
Têm vezes que dá vontade de ser mais de um
(todos).
Abrangente, musicar mundo.
E seria talvez você o meu limite.
Eu (,) Ser abrangente, talvez não abrangeria mundo se estivesse você.
Mas abrangeria você e mundo se estivesse sozinha
(todos).
Abrangente, musicar mundo.
E seria talvez você o meu limite.
Eu (,) Ser abrangente, talvez não abrangeria mundo se estivesse você.
Mas abrangeria você e mundo se estivesse sozinha
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
algia
Sinto falta da rima.
Do não me importar.
De ser detalhes fasciculados e me distribuir segundo as cores daquele dia.
As minhas rimas na geladeira.
O café tão diluído.
As minhas bonitas mentiras.
O meu universo em fá.
Agora o fá em sim enfatizado.
Não me aconteço.
Eu faço e me despeço.
Eu desço e permaneço.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzrzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Falha da mesmice
E começar tudo de novo.
E agora não r.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Em pá
ssaros tão altos
meus sonhos nunca foram tão caros.
Do meu caderno vejo o sol se pôr.
Penso no vazio aos domingos
mas não tenho saudades do café.
panaceia não existe.
Do não me importar.
De ser detalhes fasciculados e me distribuir segundo as cores daquele dia.
As minhas rimas na geladeira.
O café tão diluído.
As minhas bonitas mentiras.
O meu universo em fá.
Agora o fá em sim enfatizado.
Não me aconteço.
Eu faço e me despeço.
Eu desço e permaneço.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzrzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Falha da mesmice
E começar tudo de novo.
E agora não r.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Em pá
ssaros tão altos
meus sonhos nunca foram tão caros.
Do meu caderno vejo o sol se pôr.
Penso no vazio aos domingos
mas não tenho saudades do café.
panaceia não existe.
domingo, 12 de setembro de 2010
ri.t.mando
Parece um mantra.
Ouve?
Qualquer ritmo que não sai da cabeça.
Vontade.
Uma conversa inacabada onde eu despia escuro e você via ruínas.
Eu quero mais do que esse cheiro que fica depois que a vontade vai embora.
Eu quero uma rima rara.
Comemorar o aniversário do silêncio...
quando foi que ele nasceu entre a gente e passamos a cultivá-lo?
A desconfiança cega.
A minha verdade prega
uma situação invertida.
Jogando palavras como búzios.
Depois de mim é tão difícil achar algo que combine com você.
No canto da parede uma macha
chamada discórdia.
Quantas pétalas era eu?
Depois das minhas cicatrizes você parou de contar tudo.
Antes das minhas matizes era difícil cantar mundo.
Não, eu nego.
A cegueira que me invade agora é pura negação.
Toma, eu pego.
Almíscar em fá afora é heterogênea mistificação.
Porque a desmentira é nossa.
É mistura,
é grossa.
Porque a ira na fossa
é raivosa
é chorosa.
mas eu choro açúcar
- a minha tristeza é fingida.
Mas agora,
sendo sincera
eu quero mais.
Desculpe-me fazer pensar que quando não ligo eu não vejo você fechando a gaveta e engolindo a chave.
É o que todos fazem.
Porque eu engano bem.
Porém, a hora
estando em guerra
você fecha atrás
e me deixa ver a porta
-porque está fechada.
E me faz pensar
que pensando não estar
o que eu deveria fechar fechar
são os olhos.
É o que todas fazem.
Porque você me quer sem.
Ouve?
Qualquer ritmo que não sai da cabeça.
Vontade.
Uma conversa inacabada onde eu despia escuro e você via ruínas.
Eu quero mais do que esse cheiro que fica depois que a vontade vai embora.
Eu quero uma rima rara.
Comemorar o aniversário do silêncio...
quando foi que ele nasceu entre a gente e passamos a cultivá-lo?
A desconfiança cega.
A minha verdade prega
uma situação invertida.
Jogando palavras como búzios.
Depois de mim é tão difícil achar algo que combine com você.
No canto da parede uma macha
chamada discórdia.
Quantas pétalas era eu?
Depois das minhas cicatrizes você parou de contar tudo.
Antes das minhas matizes era difícil cantar mundo.
Não, eu nego.
A cegueira que me invade agora é pura negação.
Toma, eu pego.
Almíscar em fá afora é heterogênea mistificação.
Porque a desmentira é nossa.
É mistura,
é grossa.
Porque a ira na fossa
é raivosa
é chorosa.
mas eu choro açúcar
- a minha tristeza é fingida.
Mas agora,
sendo sincera
eu quero mais.
Desculpe-me fazer pensar que quando não ligo eu não vejo você fechando a gaveta e engolindo a chave.
É o que todos fazem.
Porque eu engano bem.
Porém, a hora
estando em guerra
você fecha atrás
e me deixa ver a porta
-porque está fechada.
E me faz pensar
que pensando não estar
o que eu deveria fechar fechar
são os olhos.
É o que todas fazem.
Porque você me quer sem.
Garota hipotálamo
Frio, muito frio.
Caramelo. Frio. Fazer amor.
Friocomerfazeramor
CALOR!
Fome, berinjela refogada, bolacha de maisena com margarina, vitamina de abacate, bisnaguinha com requeijão, leite gelado com groselha. Caramelo, chocolate, maçã.
friocomerfazeramor
Caramelo. Frio. Fazer amor.
Friocomerfazeramor
CALOR!
Fome, berinjela refogada, bolacha de maisena com margarina, vitamina de abacate, bisnaguinha com requeijão, leite gelado com groselha. Caramelo, chocolate, maçã.
friocomerfazeramor
sábado, 14 de agosto de 2010
Resposta
E fico me perguntando se a gente já perdeu aquilo que a gente tinha.
Medo do sim.
Lembro de você me declarando
amor ao meio-dia.
Medo do sim.
Lembro de você me declarando
amor ao meio-dia.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Monólogo.
1 - Faz o seguinte.
2 - Fala.
1 - Pra falar a verdade, nem sei por onde começar. Comecei sem começo e agora não tenho mais meio. Ah, o meu conteúdo...
pausa longa.
1 - Você consegue sempre dizer a verdade?
2 - Não.
1 - (dá uma risada mental tão grande, que deixa escapar um riso perdido no canto da boca) Eu também não.
outra pausa.
1 - A mentira é minha garantia. É o modo que tenho de proteger a verdade da minha boca tão suja, dos meus atos tão sujos. Às vezes tenho medo.
2 - Eu sei.
1 - Medo de me trair. Quando falo a verdade, me preocupo tanto com a rigidez dela, que me esqueço se estou sendo real. Mas quando minto, é tudo tão mais natural, eu posso calcular o meu verbo; a honestidade me parece mais palpável.
2 - Suas palavras têm o peso da efemeridade.
1 - Minhas palavras têm peso. Parece que tudo que digo não é meu.
Inveja de Adão.
pausa
2 - É assim.
pausa
Como o passarinho
e
o
vidro.
1 - É inevitável.
2 - Também, mas é divertido.
1 - Divertido?
2 - Sim, gosto de ver você se contorcendo intimamente em decorrência de suas ações, mesmo as não cometidas.
1 - Eu preciso de você.
2 - Não, não precisa.
Você me quer por perto, e por isso é divertido.
2 - Fala.
1 - Pra falar a verdade, nem sei por onde começar. Comecei sem começo e agora não tenho mais meio. Ah, o meu conteúdo...
pausa longa.
1 - Você consegue sempre dizer a verdade?
2 - Não.
1 - (dá uma risada mental tão grande, que deixa escapar um riso perdido no canto da boca) Eu também não.
outra pausa.
1 - A mentira é minha garantia. É o modo que tenho de proteger a verdade da minha boca tão suja, dos meus atos tão sujos. Às vezes tenho medo.
2 - Eu sei.
1 - Medo de me trair. Quando falo a verdade, me preocupo tanto com a rigidez dela, que me esqueço se estou sendo real. Mas quando minto, é tudo tão mais natural, eu posso calcular o meu verbo; a honestidade me parece mais palpável.
2 - Suas palavras têm o peso da efemeridade.
1 - Minhas palavras têm peso. Parece que tudo que digo não é meu.
Inveja de Adão.
pausa
2 - É assim.
pausa
Como o passarinho
e
o
vidro.
1 - É inevitável.
2 - Também, mas é divertido.
1 - Divertido?
2 - Sim, gosto de ver você se contorcendo intimamente em decorrência de suas ações, mesmo as não cometidas.
1 - Eu preciso de você.
2 - Não, não precisa.
Você me quer por perto, e por isso é divertido.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
racionalizando
Tem sangue escorrendo entre as minhas pernas e isso me incomoda.
Medo aterrador de ficar louca.
Minha vulgaridade me trai.
Cara de boa moça.
Palavras bonitas na hora certa e as sujas quando me distraio.
Quantas vezes você já sentiu que tudo vai dar errado?
Quantas vezes você não quis ser amado?
Quantas vezes você não quis ser amado?
Apenas desejado.
O amor me depura e eu o deturpo.
Um pássaro negro come meu fígado porque eu trago luz à minha razão.
A chuva na janela fechada.
Minhas falsas mãos tão vis tocam meu rosto.
É horrível me sentir.
Me pegar e ver que sou real.
Morder meus lábios, deixá-los em carne viva e senti-los latejar.
Hoje não arco comigo.
Vontade de futuro só para que o medo se concretize mais rápido.
Eu quero o meu silêncio absoluto.
E que meu peito pare de doer.
E que meu peito pare de doer.
aos meus pa(o)ssos
até os meus demônios
pois me sinto morta.
Sem medospois me sinto morta.
sem apelos
sem desejos
sem carne.
De tudo que me basta
o amor sem passado
superficializado
e cremado
não me altera nem comove
ele me suja
de pó.Cinzas, cinzas só.
Pela monotonia labiríntica,
que agora deparo ante ao espelho
os fios de meus cabelos.
Pela estesia tétrica,
que depois controlo perante o flagelo
as íris dos meus olhos de gelo.
O meu sutiã no chão
que já não sustenta essa carne durasem comapaixão
uma tal frieza.
Estou morrendo em plena idade.
Seria menos triste se fosse velha e feia?
Seria mais morte se eu não tivesse
tempo?
Mas eu o tenho todo,
eu o junto a rodo
e o jogo pra debaixo do tapete.
Será mais trágico se parecer que não o
tenho?
Eu fico mais bonita quando solto os meus
cabelos e os prendo quando estou segura.
E os raspo quando me abdico de qualquer
vontade.
É difícil não querer
eu sinto por temer
mas é só.
Mas é cinzas, cinzas pó.
Um começo sem verbo
aquele sem rima
da mordida aberta
sem dose certa.
É sem aquele verbo
que o começo não de repente, na mesa.
Uma mordida no braçonos nervos de aço:
a instalação do não verbo
a desmistificação da não possibilidade da escrita sem ação.
Exclamação: O Grito!
Sem uma ligação
a tentativa fechada
o acaso da vontade aleatória
da aparição do momento sem história
eu na mesa,
nervos de aço no chão.terça-feira, 11 de maio de 2010
A sonho arranha céu
Eu sonho com as suas mãos
e num vento fraco e morno, num soturno grau,
um contorno.
eu olho
eu sonho
eu velo
a céu suponho.
-um véu eu ponho.
Continuando a sorturno grau
- o contorno
que me remete a estado de vazão
de evaziva estação
vazias estão
as mãos com as quais sonho.
Um barulho surdo
eu me enconlho a frio
um olho sutil
me mira de cima
brilha de rima
astro civil.
a estrutura sem pauta me larga e ma.mata, me compreende e desata sem se importar com a
minha frouxidão de ponto sem nó
- da anti-poesia tão só.
Me vazo por bocas alheias
ando a pé por uma cidade que se constroi acima de sonhos abertos
que quase encostam nos astros despertos.
Estrutura vagabunda
inexperiente inconsistente
de um gesto só
cuspir na minha cara
Óh, cara poesia
minha salvação tardia.
e num vento fraco e morno, num soturno grau,
um contorno.
eu olho
eu sonho
eu velo
a céu suponho.
-um véu eu ponho.
Continuando a sorturno grau
- o contorno
que me remete a estado de vazão
de evaziva estação
vazias estão
as mãos com as quais sonho.
Um barulho surdo
eu me enconlho a frio
um olho sutil
me mira de cima
brilha de rima
astro civil.
a estrutura sem pauta me larga e ma.mata, me compreende e desata sem se importar com a
minha frouxidão de ponto sem nó
- da anti-poesia tão só.
Me vazo por bocas alheias
ando a pé por uma cidade que se constroi acima de sonhos abertos
que quase encostam nos astros despertos.
Estrutura vagabunda
inexperiente inconsistente
de um gesto só
cuspir na minha cara
Óh, cara poesia
minha salvação tardia.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Volga
A Olga escondia algo
a Olga nadava no lago
e via tudo.A Olga ia muda e falava ao mundo.
A Olga gostava de ir fundo
no lago
e no mundo gado
vida gorda
presente aceito
de bom grado.
A Olga escondia algo
do mundo.
Forte logrado
oeste arrebolado
leste forjado
arrebol
no mundo, a Olga escondia algo
a sol.
A Olga remediava sul
consertava este
se virava norte
sorte
sorte não perder assim
solte não perder o fim
sorte.
Corte em mim.
O segredo da Olga
a fio cavalga
horizonte de marfim
constelções de festim.
Um tiro.
Estopim.
O segredo da Olga
duas metades sem fim.
A Olga perdia algo
toda vez que entrava no lago
ela dissolvia a saga
ela devolvia praga.
Algo guardado
salvo fechado
mago calado
fogo molhado.
A Olga dissolvia o segredo.
A Olga molhava o sagrado.
A Olga profanava molhando.
Carne viva
sorte vil.
A Olga perdia algo.
A Olga perdia algo
pro mundo
toda vez que entrava no lago.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Eras
Olha pra minha idade de mentira
lavada com litros de mistificação.
Pras minhas olheiras caídas
gritando resignação
vivaz
de que eu vou ser sempre assim
do meu cinismo sem fim.
Nunca a lâmina foi tão atraente
nunca meu corpo foi tão conivente,
com a sua vontade de mim.
Quero sim.
Quero fechar os olhos e ao abri-los
não reconhecer nada
agnósia
minhas mentiras lavadas
impulso
minhas histórias contadas
avulso
Não reparem no meu cansaço
e nem digam que não vou aguentar.
Eu me aguento. Sustento minhas ambições omitidas e cometidas
mas é segredo.
Descoberto.
o meu degredo
Aberto
agora sem saída
E nunca a lâmina foi tão atraente.
Me esquecendo da pessoa que deixo de ser ao seu lado
pensaria em como seria fácil ser sempre assim
Me entrometendo na vida do acaso
pensaria e como seria fácil agir com descaso
e não me preocupar se ele vai ou não agir, se vai ou não me ferir,
como o fez, como o faz, como sei que o fará.
Com esse céu nublado anual
vejo que as coisas não mudam.
Ajo como se vocês me ligassem
me desnudam.
Com esse céu fosco
em carne viva
me dói cada gota fértil
me arde cada poro estéril.
Me sinto percorer um meandro vazio.
Um fio tênue entre tuas pernas e bocas alheias. Que querem me comer. Me acabar.
Escondendo minha mente
falo onde quente
quem te esconde?
quem te diz onde?
Quem me fez? responde
queime meus olhos
lâmina vil.
Me corta e frio.
lavada com litros de mistificação.
Pras minhas olheiras caídas
gritando resignação
vivaz
de que eu vou ser sempre assim
do meu cinismo sem fim.
Nunca a lâmina foi tão atraente
nunca meu corpo foi tão conivente,
com a sua vontade de mim.
Quero sim.
Quero fechar os olhos e ao abri-los
não reconhecer nada
agnósia
minhas mentiras lavadas
impulso
minhas histórias contadas
avulso
Não reparem no meu cansaço
e nem digam que não vou aguentar.
Eu me aguento. Sustento minhas ambições omitidas e cometidas
mas é segredo.
Descoberto.
o meu degredo
Aberto
agora sem saída
E nunca a lâmina foi tão atraente.
Me esquecendo da pessoa que deixo de ser ao seu lado
pensaria em como seria fácil ser sempre assim
Me entrometendo na vida do acaso
pensaria e como seria fácil agir com descaso
e não me preocupar se ele vai ou não agir, se vai ou não me ferir,
como o fez, como o faz, como sei que o fará.
Com esse céu nublado anual
vejo que as coisas não mudam.
Ajo como se vocês me ligassem
me desnudam.
Com esse céu fosco
em carne viva
me dói cada gota fértil
me arde cada poro estéril.
Me sinto percorer um meandro vazio.
Um fio tênue entre tuas pernas e bocas alheias. Que querem me comer. Me acabar.
Escondendo minha mente
falo onde quente
quem te esconde?
quem te diz onde?
Quem me fez? responde
queime meus olhos
lâmina vil.
Me corta e frio.
domingo, 18 de abril de 2010
Viagem
Veremos quem sangra menos
veremos sem mais quem temos
seremos profetas da nossa sorte
românticos sem morte.
Minhas tranças chicoteiam seu tino
minha sinceridade a queima roupa trinca seu cinismo.
Preciso de terra com sangue.
Cheiro de guerra.
exangue
veremos sem mais quem temos
seremos profetas da nossa sorte
românticos sem morte.
Minhas tranças chicoteiam seu tino
minha sinceridade a queima roupa trinca seu cinismo.
Preciso de terra com sangue.
Cheiro de guerra.
exangue
Possibilidades
Precisando de estímulos, peço a você que me dê palavras novas, novos arranjos, e nem precisam ser coloridos, eles matizam-se por conta própria.
Aproveite que minha estesia hoje foi trocada por orgias.
Não quero o belo, quero um apelo.
Não quero um singelo, quero um espelho.
Eu olho para suas flores e pago pra ver até que ponto me faço acreditar. Até que ponto acredito te amar.
Talvez seja ânsia pela imparcialidade e o medo inconfessável e a toda hora cometido de me contradizer.
Seria esse o limiar da minha impessoalidade?
Mais uma desculpa por não ter coração e não me importar com irreparáveis.
possibilidades
Aproveite que minha estesia hoje foi trocada por orgias.
Não quero o belo, quero um apelo.
Não quero um singelo, quero um espelho.
Eu olho para suas flores e pago pra ver até que ponto me faço acreditar. Até que ponto acredito te amar.
Talvez seja ânsia pela imparcialidade e o medo inconfessável e a toda hora cometido de me contradizer.
Seria esse o limiar da minha impessoalidade?
Mais uma desculpa por não ter coração e não me importar com irreparáveis.
possibilidades
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Sobre cinismo
Do ralo que me esgota
e me leva pro esgoto.
teu gosto.
Gosto de quando me diluo e sinto minha superficialidade nada básica no chão.
Talvez trágica.
eu sumo
Escassez mágica.
Teu rosto
que me infesta e me incesta de vontades pesadas
de doçura calada
de uma mente exangue e quase em extinção.
Sangria de verdades
glóbulos de ferro
jorro de maldades.
Me morro em silêncio.
Me corro
meu rastro incenso
me juro e convenço
me compro e pertenço
a um circo sarcástico
a um mutualismo orgástico.
(uma visão secreta de vontade sem paixão. Observo calada para que não me tirem isso também.)
Eu como sentada pra não cair quando peçonha fizer efeito.
mas o gosto é bom
e eu burra.
Eu sofro jurada pra não me contradizer quando tiver vontades.
mas a injúria é minha
e a promessa é sua.
Eu me recolho de porta aberta
e o meu corpo em fase incerta
oscila me altera
entre albatroz e mar
meu algoz e ar.
Os elementos hoje não me bastam
pois não os domino.
Hoje o meu corpo de alma casta já foi o meu fascino.
Bato sem sentido pra sentir que minto alguma coisa
A indiferença me cansa.
A hipocrizia me al.cança.
verdades de criança não me comovem mais.
Insensibilidade vitalícia. A esperança já não corre atrás.
Nada de destino
apenas o inevitável irremadiável.
Um fogo que se consome apagado
e o que se vê é apenas fumaça.
Um vinho sem taça.
Eu apenas quero sentir os cheiros.
Nada de outros sentidos.
Mas não respiro.
Não vivo.
Sentir até perder o sentido.
Não tenho mais sentido e não sinto.
o ovo ou a galinha?
um descomeço ou a linha?
Cata-ventos calados
ventos alados
eu de ventania
revolução de meus cabelos
calmaria.
Um temporal.
folhas despencadas em chão de suicídios.
As árvores querem entrar
e minhas palavras gozar.
Um vendaval.
falhas jorradas em não homicídios.
As pessoas querem mudar
e minhas tentativas se rasgar.
Uma nesga de abismo no céu.
Um céu Olga heterogêneo
e com minhas palavras miscigeno
celeste cintiliante e agreste constelante.
Nada de destino.
Apenas o inevitável irremediável.
Uma fumaça densa que me consome a fogo aceso.
Um vinho na taça.
e me leva pro esgoto.
teu gosto.
Gosto de quando me diluo e sinto minha superficialidade nada básica no chão.
Talvez trágica.
eu sumo
Escassez mágica.
Teu rosto
que me infesta e me incesta de vontades pesadas
de doçura calada
de uma mente exangue e quase em extinção.
Sangria de verdades
glóbulos de ferro
jorro de maldades.
Me morro em silêncio.
Me corro
meu rastro incenso
me juro e convenço
me compro e pertenço
a um circo sarcástico
a um mutualismo orgástico.
(uma visão secreta de vontade sem paixão. Observo calada para que não me tirem isso também.)
Eu como sentada pra não cair quando peçonha fizer efeito.
mas o gosto é bom
e eu burra.
Eu sofro jurada pra não me contradizer quando tiver vontades.
mas a injúria é minha
e a promessa é sua.
Eu me recolho de porta aberta
e o meu corpo em fase incerta
oscila me altera
entre albatroz e mar
meu algoz e ar.
Os elementos hoje não me bastam
pois não os domino.
Hoje o meu corpo de alma casta já foi o meu fascino.
Bato sem sentido pra sentir que minto alguma coisa
A indiferença me cansa.
A hipocrizia me al.cança.
verdades de criança não me comovem mais.
Insensibilidade vitalícia. A esperança já não corre atrás.
Nada de destino
apenas o inevitável irremadiável.
Um fogo que se consome apagado
e o que se vê é apenas fumaça.
Um vinho sem taça.
Eu apenas quero sentir os cheiros.
Nada de outros sentidos.
Mas não respiro.
Não vivo.
Sentir até perder o sentido.
Não tenho mais sentido e não sinto.
o ovo ou a galinha?
um descomeço ou a linha?
Cata-ventos calados
ventos alados
eu de ventania
revolução de meus cabelos
calmaria.
Um temporal.
folhas despencadas em chão de suicídios.
As árvores querem entrar
e minhas palavras gozar.
Um vendaval.
falhas jorradas em não homicídios.
As pessoas querem mudar
e minhas tentativas se rasgar.
Uma nesga de abismo no céu.
Um céu Olga heterogêneo
e com minhas palavras miscigeno
celeste cintiliante e agreste constelante.
Nada de destino.
Apenas o inevitável irremediável.
Uma fumaça densa que me consome a fogo aceso.
Um vinho na taça.
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