domingo, 12 de setembro de 2010

ri.t.mando

     Parece um mantra.
Ouve?
     Qualquer ritmo que não sai da cabeça.
Vontade.


     Uma conversa inacabada onde eu despia escuro e você via ruínas.

     Eu quero mais do que esse cheiro que fica depois que a vontade vai embora.
     Eu quero uma rima rara.

Comemorar o aniversário do silêncio...
quando foi que ele nasceu entre a gente e passamos a cultivá-lo?


     A desconfiança cega.
     A minha verdade prega
     uma situação invertida.

Jogando palavras como búzios.

     Depois de mim é tão difícil achar algo que combine com você.

No canto da parede uma macha
chamada discórdia.
Quantas pétalas era eu?
Depois das minhas cicatrizes você parou de contar tudo.
Antes das minhas matizes era difícil cantar mundo.

     Não, eu nego.
     A cegueira que me invade agora é pura negação.
     Toma, eu pego.
     Almíscar em fá afora é heterogênea mistificação.
     Porque a desmentira é nossa.
     É mistura,
     é grossa.
     Porque a ira na fossa
     é raivosa
     é chorosa.
mas eu choro açúcar

- a minha tristeza é fingida.

     Mas agora,
     sendo sincera
     eu quero mais.
     Desculpe-me fazer pensar que quando não ligo eu não vejo você fechando a gaveta e engolindo a chave.
     É o que todos fazem.
     Porque eu engano bem.

     Porém, a hora
     estando em guerra
     você fecha atrás
     e me deixa ver a porta
-porque está fechada.
     E me faz pensar
     que pensando não estar
     o que eu deveria fechar fechar
     são os olhos.
     É o que todas fazem.
     Porque você me quer sem.

    

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