até os meus demônios
pois me sinto morta.
Sem medospois me sinto morta.
sem apelos
sem desejos
sem carne.
De tudo que me basta
o amor sem passado
superficializado
e cremado
não me altera nem comove
ele me suja
de pó.Cinzas, cinzas só.
Pela monotonia labiríntica,
que agora deparo ante ao espelho
os fios de meus cabelos.
Pela estesia tétrica,
que depois controlo perante o flagelo
as íris dos meus olhos de gelo.
O meu sutiã no chão
que já não sustenta essa carne durasem comapaixão
uma tal frieza.
Estou morrendo em plena idade.
Seria menos triste se fosse velha e feia?
Seria mais morte se eu não tivesse
tempo?
Mas eu o tenho todo,
eu o junto a rodo
e o jogo pra debaixo do tapete.
Será mais trágico se parecer que não o
tenho?
Eu fico mais bonita quando solto os meus
cabelos e os prendo quando estou segura.
E os raspo quando me abdico de qualquer
vontade.
É difícil não querer
eu sinto por temer
mas é só.
Mas é cinzas, cinzas pó.
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