E seria noite.
Sua alma morna, resignada.
Caminharia até os pés sangrarem
até o chão esfriar
até a alma acalmar.
Sua resignação era pela busca.
Uma busca tosca
pois em vão.
Um vão profundo na memória.
Não se lembra de nada antes dela
Ela sempre esteve lá.
Viera de onde?
Partira de quando?
Suas cores já confusas
os cheiros foscos
o tato amargo
A busca um fardo.
Mas o que poderia ele fazer? Contra aquela que chegara sem permissão, permanecia sem ficar e ia embora pra voltar?
E sangrariam seus pés.
E cegaria sua boca. Pois eram palavras cegas.
Sua língua era só barulho, suas palavras entulho, sua mente um mergulho.
E seria dia tal.
Tal dia chegaria.
Mas não partiria da vontade dele.
ele era um objeto
Dela, ele era um trajeto.
Dele, ela era uma traição.
Uma traição do natural
daquilo tudo que conhecia como real.
Ela era coisa e tal
(certas vezes puro mal)
porque ela era uma traição.
Quando o destino se enamora da voluptuosa vontade sem paixão, surgem ébrias traições contra Quem.
Surgem sérias contradições sem nem.
Mas o que poderia ele fazer?
Senão procurar em cada vão de memória, em cada éter onírico, em cada vontade calada, em cada unha quebrada uma maneira de encontrá-la por sua própria vontade?
Senão procurar em cada vão de memória, em cada éter onírico, em cada vontade calada, em cada unha quebrada uma maneira de encontrá-la por sua própria vontade?
Não era bem uma obcessão.
Ela não era o objeto da sua.
O que ele queria era provar para quem devesse ser provado que a sua vontade também manipulava.
E esse "quem" também incluia ele próprio.
(continua)
e eu continuarei esperando!
ResponderExcluirInvisível, um vão de memória.