quinta-feira, 29 de abril de 2010

Volga

     A Olga escondia algo
     a Olga nadava no lago
     e via tudo.
     A Olga ia muda e falava ao mundo.
     A Olga gostava de ir fundo
     no lago
     e no mundo gado
     vida gorda
     presente aceito
     de bom grado.

     A Olga escondia algo
     do mundo.
     Forte logrado
     oeste arrebolado
     leste forjado
     arrebol
    no mundo, a Olga escondia algo
     a sol.

     A Olga remediava sul
     consertava este
     se virava norte
     sorte
     sorte não perder assim
     solte não perder o fim
     sorte.
     Corte em mim.

     O segredo da Olga
     a fio cavalga
     horizonte de marfim

     constelções de festim.
     Um tiro.
     Estopim.
     O segredo da Olga
     duas metades sem fim.

     A Olga perdia algo
     toda vez que entrava no lago
     ela dissolvia a saga
     ela devolvia praga.

     Algo guardado
     salvo fechado
     mago calado
     fogo molhado.

     A Olga dissolvia o segredo.
     A Olga molhava o sagrado.
     A Olga profanava molhando.
     Carne viva
     sorte vil.
     A Olga perdia algo.

     A Olga perdia algo
     pro mundo
     toda vez que entrava no lago.
 
   

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