E fico me perguntando se a gente já perdeu aquilo que a gente tinha.
Medo do sim.
Lembro de você me declarando
amor ao meio-dia.
sábado, 14 de agosto de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Monólogo.
1 - Faz o seguinte.
2 - Fala.
1 - Pra falar a verdade, nem sei por onde começar. Comecei sem começo e agora não tenho mais meio. Ah, o meu conteúdo...
pausa longa.
1 - Você consegue sempre dizer a verdade?
2 - Não.
1 - (dá uma risada mental tão grande, que deixa escapar um riso perdido no canto da boca) Eu também não.
outra pausa.
1 - A mentira é minha garantia. É o modo que tenho de proteger a verdade da minha boca tão suja, dos meus atos tão sujos. Às vezes tenho medo.
2 - Eu sei.
1 - Medo de me trair. Quando falo a verdade, me preocupo tanto com a rigidez dela, que me esqueço se estou sendo real. Mas quando minto, é tudo tão mais natural, eu posso calcular o meu verbo; a honestidade me parece mais palpável.
2 - Suas palavras têm o peso da efemeridade.
1 - Minhas palavras têm peso. Parece que tudo que digo não é meu.
Inveja de Adão.
pausa
2 - É assim.
pausa
Como o passarinho
e
o
vidro.
1 - É inevitável.
2 - Também, mas é divertido.
1 - Divertido?
2 - Sim, gosto de ver você se contorcendo intimamente em decorrência de suas ações, mesmo as não cometidas.
1 - Eu preciso de você.
2 - Não, não precisa.
Você me quer por perto, e por isso é divertido.
2 - Fala.
1 - Pra falar a verdade, nem sei por onde começar. Comecei sem começo e agora não tenho mais meio. Ah, o meu conteúdo...
pausa longa.
1 - Você consegue sempre dizer a verdade?
2 - Não.
1 - (dá uma risada mental tão grande, que deixa escapar um riso perdido no canto da boca) Eu também não.
outra pausa.
1 - A mentira é minha garantia. É o modo que tenho de proteger a verdade da minha boca tão suja, dos meus atos tão sujos. Às vezes tenho medo.
2 - Eu sei.
1 - Medo de me trair. Quando falo a verdade, me preocupo tanto com a rigidez dela, que me esqueço se estou sendo real. Mas quando minto, é tudo tão mais natural, eu posso calcular o meu verbo; a honestidade me parece mais palpável.
2 - Suas palavras têm o peso da efemeridade.
1 - Minhas palavras têm peso. Parece que tudo que digo não é meu.
Inveja de Adão.
pausa
2 - É assim.
pausa
Como o passarinho
e
o
vidro.
1 - É inevitável.
2 - Também, mas é divertido.
1 - Divertido?
2 - Sim, gosto de ver você se contorcendo intimamente em decorrência de suas ações, mesmo as não cometidas.
1 - Eu preciso de você.
2 - Não, não precisa.
Você me quer por perto, e por isso é divertido.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
racionalizando
Tem sangue escorrendo entre as minhas pernas e isso me incomoda.
Medo aterrador de ficar louca.
Minha vulgaridade me trai.
Cara de boa moça.
Palavras bonitas na hora certa e as sujas quando me distraio.
Quantas vezes você já sentiu que tudo vai dar errado?
Quantas vezes você não quis ser amado?
Quantas vezes você não quis ser amado?
Apenas desejado.
O amor me depura e eu o deturpo.
Um pássaro negro come meu fígado porque eu trago luz à minha razão.
A chuva na janela fechada.
Minhas falsas mãos tão vis tocam meu rosto.
É horrível me sentir.
Me pegar e ver que sou real.
Morder meus lábios, deixá-los em carne viva e senti-los latejar.
Hoje não arco comigo.
Vontade de futuro só para que o medo se concretize mais rápido.
Eu quero o meu silêncio absoluto.
E que meu peito pare de doer.
E que meu peito pare de doer.
aos meus pa(o)ssos
até os meus demônios
pois me sinto morta.
Sem medospois me sinto morta.
sem apelos
sem desejos
sem carne.
De tudo que me basta
o amor sem passado
superficializado
e cremado
não me altera nem comove
ele me suja
de pó.Cinzas, cinzas só.
Pela monotonia labiríntica,
que agora deparo ante ao espelho
os fios de meus cabelos.
Pela estesia tétrica,
que depois controlo perante o flagelo
as íris dos meus olhos de gelo.
O meu sutiã no chão
que já não sustenta essa carne durasem comapaixão
uma tal frieza.
Estou morrendo em plena idade.
Seria menos triste se fosse velha e feia?
Seria mais morte se eu não tivesse
tempo?
Mas eu o tenho todo,
eu o junto a rodo
e o jogo pra debaixo do tapete.
Será mais trágico se parecer que não o
tenho?
Eu fico mais bonita quando solto os meus
cabelos e os prendo quando estou segura.
E os raspo quando me abdico de qualquer
vontade.
É difícil não querer
eu sinto por temer
mas é só.
Mas é cinzas, cinzas pó.
Um começo sem verbo
aquele sem rima
da mordida aberta
sem dose certa.
É sem aquele verbo
que o começo não de repente, na mesa.
Uma mordida no braçonos nervos de aço:
a instalação do não verbo
a desmistificação da não possibilidade da escrita sem ação.
Exclamação: O Grito!
Sem uma ligação
a tentativa fechada
o acaso da vontade aleatória
da aparição do momento sem história
eu na mesa,
nervos de aço no chão.terça-feira, 11 de maio de 2010
A sonho arranha céu
Eu sonho com as suas mãos
e num vento fraco e morno, num soturno grau,
um contorno.
eu olho
eu sonho
eu velo
a céu suponho.
-um véu eu ponho.
Continuando a sorturno grau
- o contorno
que me remete a estado de vazão
de evaziva estação
vazias estão
as mãos com as quais sonho.
Um barulho surdo
eu me enconlho a frio
um olho sutil
me mira de cima
brilha de rima
astro civil.
a estrutura sem pauta me larga e ma.mata, me compreende e desata sem se importar com a
minha frouxidão de ponto sem nó
- da anti-poesia tão só.
Me vazo por bocas alheias
ando a pé por uma cidade que se constroi acima de sonhos abertos
que quase encostam nos astros despertos.
Estrutura vagabunda
inexperiente inconsistente
de um gesto só
cuspir na minha cara
Óh, cara poesia
minha salvação tardia.
e num vento fraco e morno, num soturno grau,
um contorno.
eu olho
eu sonho
eu velo
a céu suponho.
-um véu eu ponho.
Continuando a sorturno grau
- o contorno
que me remete a estado de vazão
de evaziva estação
vazias estão
as mãos com as quais sonho.
Um barulho surdo
eu me enconlho a frio
um olho sutil
me mira de cima
brilha de rima
astro civil.
a estrutura sem pauta me larga e ma.mata, me compreende e desata sem se importar com a
minha frouxidão de ponto sem nó
- da anti-poesia tão só.
Me vazo por bocas alheias
ando a pé por uma cidade que se constroi acima de sonhos abertos
que quase encostam nos astros despertos.
Estrutura vagabunda
inexperiente inconsistente
de um gesto só
cuspir na minha cara
Óh, cara poesia
minha salvação tardia.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Volga
A Olga escondia algo
a Olga nadava no lago
e via tudo.A Olga ia muda e falava ao mundo.
A Olga gostava de ir fundo
no lago
e no mundo gado
vida gorda
presente aceito
de bom grado.
A Olga escondia algo
do mundo.
Forte logrado
oeste arrebolado
leste forjado
arrebol
no mundo, a Olga escondia algo
a sol.
A Olga remediava sul
consertava este
se virava norte
sorte
sorte não perder assim
solte não perder o fim
sorte.
Corte em mim.
O segredo da Olga
a fio cavalga
horizonte de marfim
constelções de festim.
Um tiro.
Estopim.
O segredo da Olga
duas metades sem fim.
A Olga perdia algo
toda vez que entrava no lago
ela dissolvia a saga
ela devolvia praga.
Algo guardado
salvo fechado
mago calado
fogo molhado.
A Olga dissolvia o segredo.
A Olga molhava o sagrado.
A Olga profanava molhando.
Carne viva
sorte vil.
A Olga perdia algo.
A Olga perdia algo
pro mundo
toda vez que entrava no lago.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Eras
Olha pra minha idade de mentira
lavada com litros de mistificação.
Pras minhas olheiras caídas
gritando resignação
vivaz
de que eu vou ser sempre assim
do meu cinismo sem fim.
Nunca a lâmina foi tão atraente
nunca meu corpo foi tão conivente,
com a sua vontade de mim.
Quero sim.
Quero fechar os olhos e ao abri-los
não reconhecer nada
agnósia
minhas mentiras lavadas
impulso
minhas histórias contadas
avulso
Não reparem no meu cansaço
e nem digam que não vou aguentar.
Eu me aguento. Sustento minhas ambições omitidas e cometidas
mas é segredo.
Descoberto.
o meu degredo
Aberto
agora sem saída
E nunca a lâmina foi tão atraente.
Me esquecendo da pessoa que deixo de ser ao seu lado
pensaria em como seria fácil ser sempre assim
Me entrometendo na vida do acaso
pensaria e como seria fácil agir com descaso
e não me preocupar se ele vai ou não agir, se vai ou não me ferir,
como o fez, como o faz, como sei que o fará.
Com esse céu nublado anual
vejo que as coisas não mudam.
Ajo como se vocês me ligassem
me desnudam.
Com esse céu fosco
em carne viva
me dói cada gota fértil
me arde cada poro estéril.
Me sinto percorer um meandro vazio.
Um fio tênue entre tuas pernas e bocas alheias. Que querem me comer. Me acabar.
Escondendo minha mente
falo onde quente
quem te esconde?
quem te diz onde?
Quem me fez? responde
queime meus olhos
lâmina vil.
Me corta e frio.
lavada com litros de mistificação.
Pras minhas olheiras caídas
gritando resignação
vivaz
de que eu vou ser sempre assim
do meu cinismo sem fim.
Nunca a lâmina foi tão atraente
nunca meu corpo foi tão conivente,
com a sua vontade de mim.
Quero sim.
Quero fechar os olhos e ao abri-los
não reconhecer nada
agnósia
minhas mentiras lavadas
impulso
minhas histórias contadas
avulso
Não reparem no meu cansaço
e nem digam que não vou aguentar.
Eu me aguento. Sustento minhas ambições omitidas e cometidas
mas é segredo.
Descoberto.
o meu degredo
Aberto
agora sem saída
E nunca a lâmina foi tão atraente.
Me esquecendo da pessoa que deixo de ser ao seu lado
pensaria em como seria fácil ser sempre assim
Me entrometendo na vida do acaso
pensaria e como seria fácil agir com descaso
e não me preocupar se ele vai ou não agir, se vai ou não me ferir,
como o fez, como o faz, como sei que o fará.
Com esse céu nublado anual
vejo que as coisas não mudam.
Ajo como se vocês me ligassem
me desnudam.
Com esse céu fosco
em carne viva
me dói cada gota fértil
me arde cada poro estéril.
Me sinto percorer um meandro vazio.
Um fio tênue entre tuas pernas e bocas alheias. Que querem me comer. Me acabar.
Escondendo minha mente
falo onde quente
quem te esconde?
quem te diz onde?
Quem me fez? responde
queime meus olhos
lâmina vil.
Me corta e frio.
domingo, 18 de abril de 2010
Viagem
Veremos quem sangra menos
veremos sem mais quem temos
seremos profetas da nossa sorte
românticos sem morte.
Minhas tranças chicoteiam seu tino
minha sinceridade a queima roupa trinca seu cinismo.
Preciso de terra com sangue.
Cheiro de guerra.
exangue
veremos sem mais quem temos
seremos profetas da nossa sorte
românticos sem morte.
Minhas tranças chicoteiam seu tino
minha sinceridade a queima roupa trinca seu cinismo.
Preciso de terra com sangue.
Cheiro de guerra.
exangue
Possibilidades
Precisando de estímulos, peço a você que me dê palavras novas, novos arranjos, e nem precisam ser coloridos, eles matizam-se por conta própria.
Aproveite que minha estesia hoje foi trocada por orgias.
Não quero o belo, quero um apelo.
Não quero um singelo, quero um espelho.
Eu olho para suas flores e pago pra ver até que ponto me faço acreditar. Até que ponto acredito te amar.
Talvez seja ânsia pela imparcialidade e o medo inconfessável e a toda hora cometido de me contradizer.
Seria esse o limiar da minha impessoalidade?
Mais uma desculpa por não ter coração e não me importar com irreparáveis.
possibilidades
Aproveite que minha estesia hoje foi trocada por orgias.
Não quero o belo, quero um apelo.
Não quero um singelo, quero um espelho.
Eu olho para suas flores e pago pra ver até que ponto me faço acreditar. Até que ponto acredito te amar.
Talvez seja ânsia pela imparcialidade e o medo inconfessável e a toda hora cometido de me contradizer.
Seria esse o limiar da minha impessoalidade?
Mais uma desculpa por não ter coração e não me importar com irreparáveis.
possibilidades
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Sobre cinismo
Do ralo que me esgota
e me leva pro esgoto.
teu gosto.
Gosto de quando me diluo e sinto minha superficialidade nada básica no chão.
Talvez trágica.
eu sumo
Escassez mágica.
Teu rosto
que me infesta e me incesta de vontades pesadas
de doçura calada
de uma mente exangue e quase em extinção.
Sangria de verdades
glóbulos de ferro
jorro de maldades.
Me morro em silêncio.
Me corro
meu rastro incenso
me juro e convenço
me compro e pertenço
a um circo sarcástico
a um mutualismo orgástico.
(uma visão secreta de vontade sem paixão. Observo calada para que não me tirem isso também.)
Eu como sentada pra não cair quando peçonha fizer efeito.
mas o gosto é bom
e eu burra.
Eu sofro jurada pra não me contradizer quando tiver vontades.
mas a injúria é minha
e a promessa é sua.
Eu me recolho de porta aberta
e o meu corpo em fase incerta
oscila me altera
entre albatroz e mar
meu algoz e ar.
Os elementos hoje não me bastam
pois não os domino.
Hoje o meu corpo de alma casta já foi o meu fascino.
Bato sem sentido pra sentir que minto alguma coisa
A indiferença me cansa.
A hipocrizia me al.cança.
verdades de criança não me comovem mais.
Insensibilidade vitalícia. A esperança já não corre atrás.
Nada de destino
apenas o inevitável irremadiável.
Um fogo que se consome apagado
e o que se vê é apenas fumaça.
Um vinho sem taça.
Eu apenas quero sentir os cheiros.
Nada de outros sentidos.
Mas não respiro.
Não vivo.
Sentir até perder o sentido.
Não tenho mais sentido e não sinto.
o ovo ou a galinha?
um descomeço ou a linha?
Cata-ventos calados
ventos alados
eu de ventania
revolução de meus cabelos
calmaria.
Um temporal.
folhas despencadas em chão de suicídios.
As árvores querem entrar
e minhas palavras gozar.
Um vendaval.
falhas jorradas em não homicídios.
As pessoas querem mudar
e minhas tentativas se rasgar.
Uma nesga de abismo no céu.
Um céu Olga heterogêneo
e com minhas palavras miscigeno
celeste cintiliante e agreste constelante.
Nada de destino.
Apenas o inevitável irremediável.
Uma fumaça densa que me consome a fogo aceso.
Um vinho na taça.
e me leva pro esgoto.
teu gosto.
Gosto de quando me diluo e sinto minha superficialidade nada básica no chão.
Talvez trágica.
eu sumo
Escassez mágica.
Teu rosto
que me infesta e me incesta de vontades pesadas
de doçura calada
de uma mente exangue e quase em extinção.
Sangria de verdades
glóbulos de ferro
jorro de maldades.
Me morro em silêncio.
Me corro
meu rastro incenso
me juro e convenço
me compro e pertenço
a um circo sarcástico
a um mutualismo orgástico.
(uma visão secreta de vontade sem paixão. Observo calada para que não me tirem isso também.)
Eu como sentada pra não cair quando peçonha fizer efeito.
mas o gosto é bom
e eu burra.
Eu sofro jurada pra não me contradizer quando tiver vontades.
mas a injúria é minha
e a promessa é sua.
Eu me recolho de porta aberta
e o meu corpo em fase incerta
oscila me altera
entre albatroz e mar
meu algoz e ar.
Os elementos hoje não me bastam
pois não os domino.
Hoje o meu corpo de alma casta já foi o meu fascino.
Bato sem sentido pra sentir que minto alguma coisa
A indiferença me cansa.
A hipocrizia me al.cança.
verdades de criança não me comovem mais.
Insensibilidade vitalícia. A esperança já não corre atrás.
Nada de destino
apenas o inevitável irremadiável.
Um fogo que se consome apagado
e o que se vê é apenas fumaça.
Um vinho sem taça.
Eu apenas quero sentir os cheiros.
Nada de outros sentidos.
Mas não respiro.
Não vivo.
Sentir até perder o sentido.
Não tenho mais sentido e não sinto.
o ovo ou a galinha?
um descomeço ou a linha?
Cata-ventos calados
ventos alados
eu de ventania
revolução de meus cabelos
calmaria.
Um temporal.
folhas despencadas em chão de suicídios.
As árvores querem entrar
e minhas palavras gozar.
Um vendaval.
falhas jorradas em não homicídios.
As pessoas querem mudar
e minhas tentativas se rasgar.
Uma nesga de abismo no céu.
Um céu Olga heterogêneo
e com minhas palavras miscigeno
celeste cintiliante e agreste constelante.
Nada de destino.
Apenas o inevitável irremediável.
Uma fumaça densa que me consome a fogo aceso.
Um vinho na taça.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Tanto faço.
Eu errante de abismos.
caminho
Me ponho pra fora de mim.
ladeira abaixo
É apenas paliativo
sem muito motivo
algo que cativo
Abaixo ladeira
eu racho.
Por debaixo da unha
eu rio
me deságuo
eu rio
me desabo
me rebaixo inteira
me desuso e desvario.
Ladeira abaixo
eu racho
Não que eu me concerte
hoje deus não me converte
mas ainda assim acredito na passionalidade
na possibilidade de arrebatamentos com certeza
e nos atos a aspereza
de alguém que não falha no que faz
de alguém que não leva o que traz.
Me disse que olhos seus estão brancos
mais do que alam lavada
estão cegos
mais do que janela fechada
estão lúcidos
mais do que vontade escancarada.
Me disse que corpo meu é bom.
como café quente em dias de sol ardente.
Que corpo meu é água e sal
para delirante desidratado.
Que corpo meu é puro mal
bebida quente para abstinente.
Uma distopia é ter a última pergunta respondida.
caminho
Me ponho pra fora de mim.
ladeira abaixo
É apenas paliativo
sem muito motivo
algo que cativo
Abaixo ladeira
eu racho.
Por debaixo da unha
eu rio
me deságuo
eu rio
me desabo
me rebaixo inteira
me desuso e desvario.
Ladeira abaixo
eu racho
Não que eu me concerte
hoje deus não me converte
mas ainda assim acredito na passionalidade
na possibilidade de arrebatamentos com certeza
e nos atos a aspereza
de alguém que não falha no que faz
de alguém que não leva o que traz.
Me disse que olhos seus estão brancos
mais do que alam lavada
estão cegos
mais do que janela fechada
estão lúcidos
mais do que vontade escancarada.
Me disse que corpo meu é bom.
como café quente em dias de sol ardente.
Que corpo meu é água e sal
para delirante desidratado.
Que corpo meu é puro mal
bebida quente para abstinente.
Uma distopia é ter a última pergunta respondida.
Sobre particularidade
No meu paraíso particular você me diz não.
Você recusa tudo que te ofereço.
Sou exclusa e não te merço.
No meu paraíso particular
você não faz amor comigo.
Você se importa com o umbigo.
um escândalo silencioso.
Me diz o que você quer que eu faça.
Me diz o nome da tua caça.
Espero que o meu sonho não se torne realidade.
(de) tao pura perversidade
No meu sonho eu fujo e corro bem rápido.
Eu sujo e morro.
No teu sonho eu como o teu braço direito.
você é destro.
Eu roubo a tua carne e te sequestro.
No meu paraíso particular
você nunca chorou por mim.
Você me deixava fumar a depressão e ficar com ela no pulmão.
eu quero ouvir você dizer que não sabe.
Você recusa tudo que te ofereço.
Sou exclusa e não te merço.
No meu paraíso particular
você não faz amor comigo.
Você se importa com o umbigo.
um escândalo silencioso.
Me diz o que você quer que eu faça.
Me diz o nome da tua caça.
Espero que o meu sonho não se torne realidade.
(de) tao pura perversidade
No meu sonho eu fujo e corro bem rápido.
Eu sujo e morro.
No teu sonho eu como o teu braço direito.
você é destro.
Eu roubo a tua carne e te sequestro.
No meu paraíso particular
você nunca chorou por mim.
Você me deixava fumar a depressão e ficar com ela no pulmão.
eu quero ouvir você dizer que não sabe.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Aqui fora dentro.
À espera de qualquer coisa
que me dê força
ou me palpite.
Penso lá dentro
e aqui fora tento
me impessoalizar
me imposibilitar
de algo que me irrite.
E aqui fora dentro
tento não me quebrar
tento não me estatizar,
por isso calada.
Não me comprem.
Ainda não estou à venda.
que me dê força
ou me palpite.
Penso lá dentro
e aqui fora tento
me impessoalizar
me imposibilitar
de algo que me irrite.
E aqui fora dentro
tento não me quebrar
tento não me estatizar,
por isso calada.
Não me comprem.
Ainda não estou à venda.
domingo, 21 de março de 2010
Outras frequências
Numa praça.
Céu azul absurdo.
- O que você tá fazendo?
Ela olha pra cima com olhos apertados por causa do sol.
- Brincando.
- Brincando de quê?- De fazer nuvens desaparecerem.
" Ele não existe."
- Posso tentar?
- Claro.
Ele deita do lado dela.
- Como se faz?
Ela responde sem parar de olhar para o céu.
- Primeiro você escolhe uma nuvem que queira ser escolhida e começa e pensar nela com toda força. Depois ela desaparece.
"Ele é tão frágil que parece que vai sumir se o sol ficar mais forte."
"Ela é linda."
- Com qual você tá tentando?
- Com aquela ali ó.
Ela aponta para uma nuvem no meio do céu. É enorme.
- A que está do lado da sua.
Ela olha e analisa.
- Pega uma menor, é mais difícil pegar uma grande de primeira. Qua tal aquela... ali!
E aponta para um fiapo de algodão. A menor nuvem que a vista podia alcançar.
- Aquela?
- Sim.
Enquanto ele tenta, ela observa. Se dilui em tanta concentração.
- Não estou mais conseguindo fazer.
- Por que não?
- Estou cego.
sábado, 20 de março de 2010
Do que já aprimoramos.
Das suas mãos mágicas que não são videntes.
Me semeiam sorrisos bobos e uma cara tarada que não consigo esconder.
Me intermeiam promessas loucas e tara lavada que não consigo remover.
as beijo de olhos fechados,
as suas digitais palatáveis e o seu tato volátil.
Tátil.
Dos seus olhos tão limpos e sem fumaça
dos seus olhares esquivos e de pirraça
dos seus gostos esquizo(e)frêmito de carcaça.
dos esquisitos sem raça
sem quisitos
sem graça.
Dois copos e uma taça.
Dois corpos e uma traça.
uma promessa
e outra ameaça.
Mas é que seus olhos...
tatilmente diferentes. Estavam mais claros.
Em outros tempos raros.
Encontrá-los assim.
Chocolate fundido
amor confundido
entre malte e cafeína
canela e mescalina
ou só fusão
de dois termos sem reação.
A gente percorrendo
um amor destroço.
Escorrendo a sal grosso
sem decoro algum.
No rosto um esboço
já no corpo nenhum.
Eu com janelas semi-serradas
ainda deixava minha alma escorrer.
Eu toda cálida
minha mente já inválida
ainda tentando dizer
que
baby, você é como terra quente na boca de afogado.
Sua boca me tateando
suas mãos me comendo
seus nãos me oferecendo
mundo de tentações
céu de alucinações.
Minhas pernas já bambas
num mambo em outro mundo
outro mambo.
Então baby,
olha pra mim e diz.
Que eu sou sua menina
pura e cretina
objeto do seu altruísmo
a distração do seu egoísmo
sim, cretinismo.
Sincretismo.
Eu encosto no seu peito
me encaixo e deito
e sussurro o seu nome bem baixo.
Me mostra o que pensa
devora a minha crença
e só me faz acredirar no que não acho.
Agora eu tento
sem usar os sentidos
dizer que isso é exato
te beijar sem contato
só pra te provar que acima e abaixo e de todos os lados da superfície
só pra te provocar em cima e embaixo e de modos calados da mesmice
que meus sentidos e meus números não são movidos apenas por Éros.
o amor que devora, este sim me enamora
me acalenta e controla.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Clemência
Te faço de desenho meu
faço de ti um rascunho ao céu
sonho seu?
Porque os pássaors hoje me parecem mais pesados.
O firmamento.
Um firme elemento.
Um firme instável.
Hoje minha vontade corrompe tudo
e minha briga compra o mundo.
Os raios de sol não me atingem
estou inalcansável
irradiação
no meu vácuo não se propaga
no meu céu não se apaga
no seu rascunho uma saga
Não é história, é futuro.
Não é glória, é escuro.
Não é incerto, é seguro.
não pense que é destino
nem onisciência
apenas vontade
demência.
faço de ti um rascunho ao céu
sonho seu?
Porque os pássaors hoje me parecem mais pesados.
O firmamento.
Um firme elemento.
Um firme instável.
Hoje minha vontade corrompe tudo
e minha briga compra o mundo.
Os raios de sol não me atingem
estou inalcansável
irradiação
no meu vácuo não se propaga
no meu céu não se apaga
no seu rascunho uma saga
Não é história, é futuro.
Não é glória, é escuro.
Não é incerto, é seguro.
não pense que é destino
nem onisciência
apenas vontade
demência.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Cenas
Aquele mesmo amarelo,
a essa altura você já deve saber qual é.
Aquele amarelo que enelva
e me leva
e me lava
amarelada.
Amarela e salgada.
Amarela e apaixonada.
O que me falta é você pra combinar do meu lado.
Eu que não tenho combinação
Já pensou que só você me cai bem?
Me faço tranças,
mexo comigo pra mexer com você
e você mexe com nada
e mexe comigo inteira metade
tarde toda.
Esporádico encontro
amarelo constante
contrastante
contra quase tudo
a favor de fervente.
amarelo constante
contrastante
contra quase tudo
a favor de fervente.
Sentados no palco
daquele velho drama
daquele velho teatro
onde aquela nossa historia tão enrolada
se demora tanto
em cem antos inacabados
sem atos terminados.
O meu público era só você,
meu ibope altruísta
meu ibope altruísta
num amor pessimista
de uma atriz consumista
de uma atriz consumista
que te consumia todo
e apagava todas as velas
e apagava todas as velas
e quase todas as expectativas
de uma possível chance
de um remoto futuro
que teria ao lado da pessoa da vida.
de um remoto futuro
que teria ao lado da pessoa da vida.
Desista
Ela não vai olhar
a não ser que você grite muito
por muito tempo
e bem alto.
E eu estou ouvindo
até agora...
Assinar:
Postagens (Atom)