segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tanto faço.

     Eu errante de abismos.
caminho
     Me ponho pra fora de mim.
ladeira abaixo
    É apenas paliativo
    sem muito motivo
    algo que cativo

    Abaixo ladeira
eu racho.

    Por debaixo da unha
    eu rio
    me deságuo
    eu rio
    me desabo
    me rebaixo inteira
    me desuso e desvario.
   
    Ladeira abaixo
eu racho

     Não que eu me concerte
     hoje deus não me converte
     mas ainda assim acredito na passionalidade
     na possibilidade de arrebatamentos com certeza
     e nos atos a aspereza
     de alguém que não falha no que faz
     de alguém que não leva o que traz.

     Me disse que olhos seus estão brancos
     mais do que alam lavada

estão cegos

     mais do que janela fechada

estão lúcidos

     mais do que vontade escancarada.

    
     Me disse que corpo meu é bom.

como café quente em dias de sol ardente.

     Que corpo meu é água e sal
para delirante desidratado.

     Que corpo meu é puro mal
bebida quente para abstinente.


    Uma distopia é ter a última pergunta respondida.

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