segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Por aí

  Carrego a noite na cabeça porque dessa vez sinto que ela é mais leve que eu. Trago minha mente em pedaços amarrados nas costas porque noite e verdades juntas ocupam espaço demais.
  Meus olhos já não se aguentam mais e eu nem comecei a ver.
  Minha cabeça dói e está tudo escuro. Não vejo Maria nenhuma e não reconheço constelções.
  Não quero perder possibilidades mas também não quero ficar no cais.
  Hoje, a noite precisava de chuva; aquela que me olha com pernas finas. Ela teria a delicadeza ideal pra desmanchar meus pensamentos. Pra derreter os pedaços da minha mente às minhas costas e e tatuá-la de imagens desvairadas de noites varadas sem dormir. Como esta.
  Dessa vez a rua é silenciosa. Nem aquele cachorro está latindo, e aquele cachorro sempre late.
  Os meus anéis estão no chão porque os meus dedos estão finos demais. Minguante minguada.
  Arfante concentrada.

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