quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Desastre

  Um acidente geográfico
  de um tamanho relativo.
  De consciência catatônica
meio albinônica.

  Um acidente geográfico
  de um tamanho quase válido
  com um sorriso quase pálido
  e uma vontade absurda
  de gritar até ficar surda.

  Um acidente geográfico.
  Um trambolho não específico
  que quase atrapalha a visão
  do que as coisas realmente são.
  Um trambolho geográfico
  que te erra a percepção.

  Um acidente geográfico
  que pisa em girassóis
  que não tem o mundo aos seus pés
  e nem do outro lado revés.

  Um acidente geográfico
  que não era pra estar ali.
  Eu não era pra estar aqui.
  E minha mente quase falha.
  Fali.

  Um acidente geográfico
  mesmo com minha mente sã
  e uma poesia vã.
  É assim que me sinto.
  Numa meia vontade
  no meio da tarde,
  enquanto ela percorre o labirinto
  dos grossos fios da minha saia de lã.
  Eu apenas minto
  que não quero estar querendo
(Perséfone)
  comendo romã.

Um comentário:

  1. Que bom que encontrei seu blog. Adorei suas poesias!

    Esse seu "Acidente Geográfico" pode ser lido de muitas maneiras e essa diversidade de sentidos é muito interessante e me faz pensar em inúmeras possibilidades. Acho que esse é o barato maior.

    Abraço.

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