E me despeço.
Dessa lentidão descompassada e vazia.
Timidez. Ela está aqui mas não sei como chamá-la.
estou morrendo e não tenho onde me segurar.Eu só queria um pouco de céu.
Paixões indianas desfeitas, personagens desconhecidos e crueldade barulhenta e sutil. Era só isso o que eu precisava.
Sobre umbigos e lobas.
estou morrendo e só queria um pouco de laranja.Eu nem tenho uma fita no cabelo...
Me pedem segredo sobre amores sutis para estranhos e eu digo que nem era necessário.
estou morrendo e só preciso de um pouco de comiseração.
Saudades de me embebedar em duas taças, crises de relações inexistentes e fogo pegando sem arder.
Olhos verdes, negros e vinho olhando pra mim de jeitos tão peculiares, tão particulares, tão familiares.
estou morrendo e ainda não tenho um epitáfio.
Conspirações astrais, benevolência temporal, sutileza matinal, vespertina, noturna.
A diária.
Era barata. Era cara. Os olhos.
Da cara.
estou morrendo e ainda não doei meus órgãos.
Vá em frente.
Me grite o quie não quero ouvir e me suss.urre o que não consigo escutar.
Estão todos acordados, estão todos corados.
Estão todos queimados.
estou morrendo e ainda não vi o Sol.
A mesa empoeirada. Poeira filtrada. Pelos lençóis cinza.
Cara lavada.
As unhas pintadas. Vinho tinto.
Era a cor.
Esmalte roído. Era o vício.
Vinho tinto.
O céu em carne viva. A unha de gato. Arranhando tudo.
Insensato.
O livro manchado de gotas distraídas. De mãos distorcidas. De palavras caídas.
De páginas assumidas. Em suma. Sumidas.
estou morrendo e não tenho virtudes.
Em asas que não tinham pena nem dó, me voava e decolava.
Me viava e descolava.
Me viajava e deslocava.
Me vejo descorada.
Me beijo decorada.
De cor.
E salteado.
estou morrendo e não tenho coração.
Me amanheço em gelo. Gesso.
Estou dura e despedaço.
Deste pedaço, um traço me condiciona ao dePEDAço.
Ao PÉDA letra. Na gaveta
ao PÉDA rima. Em cima. Cabeça.
Me esqueça. Me forneça. Seu número.
O seu cachorro tem?
estou morrendo e ainda não me toquei. Toco
Nenhum comentário:
Postar um comentário