Na calçada os caras que tomam conta dos carros cheiram cola.
Você não os paga para que o seu carro não seja roubado, você os paga para que eles não façam nada com ele.
Descendo a rua vejo um mendigo com dois pedaços enormes de frango na mão. Ele aparentava uma felicidade momentânea e barata com seus poucos dentes.
Eu lembro/descubro que o correio é barato e isso me deixa animada.
No carro, fico indignada com o grau de degradação do bicho gente.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Sobre brutalidade
Percebo que não sei amar porque não sou delicada. Essa coisa bruta que me consome e que chamam amor não é bonito, é doloroso.
Pensar nele me tira a fome.
Pensar em como ele se trata me dá crises terríveis de choro. E o modo como ele se trata também inclui me amar.
Pensar em aceitar esse amor me dá ânsia, porque tanto amor assim é insuportável pra alguém imutura como eu. Sinto dor física, de verdade. Não preciso me esforçar muito e meu estômago entra em convulsão.
Dói saber o que vem pela frente.
Dói saber o que não sabia.
Dói de todas as maneiras, de todos os lados e em qualquer posição.
Eu já não sei o que faria pra não doer mais.
Eu poderia ser delicada e ele poderia me odiar, e talvez eu fosse feliz, ou fosse uma infeliz sem dor.
Mas a ideia dele me aperta o estômago, me dá vontade de vomitar todo esse amor altruísta que o meu corpo desconhece e rejeita, mas eu amo, e amo muito.
Desconto em sal, e meu sal é tão caro...
Começo a tremer, perco o sono e o controle. A única coisa que queria agora é ele. Ele que me mata.
Eu me mataria.
Quem dera não ser passional.
Mas há outro jeito?
Amor barulhento que me consome. É disforme e turbulento. Me balança, me tropeça, rasteira traiçoeira que me derruba. Estou jogada e não levanto. Estou desesperada e no antro. Meu vício, vício dele. Prazer de ninguém. Abstinência pura, intermitência crua.
Fios de alta tensão sem proteção. Meu coração dói literalmente e preciso me diluir antes que fique louca. Preciso dele inteiro e toda falta é pouca.
Estou rouca e seca.
Mergulhada em estilhaços.
Estou louca e suja
De pedaços e de (ca)b.r.aço.
"Mas ser infeliz dói mesmo que não mate"
E a dor mata mesmo que não doa.
Ele me quer mesmo que não ame.
Eu amo memso que não queira.
Pensar nele me tira a fome.
Pensar em como ele se trata me dá crises terríveis de choro. E o modo como ele se trata também inclui me amar.
Pensar em aceitar esse amor me dá ânsia, porque tanto amor assim é insuportável pra alguém imutura como eu. Sinto dor física, de verdade. Não preciso me esforçar muito e meu estômago entra em convulsão.
Dói saber o que vem pela frente.
Dói saber o que não sabia.
Dói de todas as maneiras, de todos os lados e em qualquer posição.
Eu já não sei o que faria pra não doer mais.
Eu poderia ser delicada e ele poderia me odiar, e talvez eu fosse feliz, ou fosse uma infeliz sem dor.
Mas a ideia dele me aperta o estômago, me dá vontade de vomitar todo esse amor altruísta que o meu corpo desconhece e rejeita, mas eu amo, e amo muito.
Desconto em sal, e meu sal é tão caro...
Começo a tremer, perco o sono e o controle. A única coisa que queria agora é ele. Ele que me mata.
Eu me mataria.
Quem dera não ser passional.
Mas há outro jeito?
Amor barulhento que me consome. É disforme e turbulento. Me balança, me tropeça, rasteira traiçoeira que me derruba. Estou jogada e não levanto. Estou desesperada e no antro. Meu vício, vício dele. Prazer de ninguém. Abstinência pura, intermitência crua.
Fios de alta tensão sem proteção. Meu coração dói literalmente e preciso me diluir antes que fique louca. Preciso dele inteiro e toda falta é pouca.
Estou rouca e seca.
Mergulhada em estilhaços.
Estou louca e suja
De pedaços e de (ca)b.r.aço.
"Mas ser infeliz dói mesmo que não mate"
E a dor mata mesmo que não doa.
Ele me quer mesmo que não ame.
Eu amo memso que não queira.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Tempos de utopia - Fundo do baú II
É a falta de uma tal de liberdade da qual nunca experimentei o gosto.
Do cheiro dos meus incensos não há mais nem resquício.
Dos meus amigos, dos meus arrebatamentos, dos meus antigos sofrimentos, dos meus quase tormentos, do meu sorriso despreocupado, dos meus beijos em lugares proibidos, dos meus falsos sentimentos desenfreados é que sinto falta.
Falta de sair por aí, sem precisar dar satisfação a mim mesma pra ser feliz.
Revolução em meus cabelos, muito vento na cara, muita noite estrelada, uma cara debochada e um mundo de palhaçada. Eu era dona do mundo e sabia disso. Pisava nele descalça com meus pés horrorosos e não me importava. Luzes de todas as cores, campos de muitas flores, um coração de mil amores. Era eu em carne e poesia. Sem estrutura alguma a não ser a poética. Minhas orgias verbais.
É disso que sinto falta.
Começo a ler coisas de quem sabe escrever e sinto a necessidade de também o fazer pra tentar me sentir melhor: não funciona. Mas mesmo assim continuo até o ponto em que me sinto cretina e medíocre demais pra continuar e aí tento me quebrar. Então paro. Me desconcentro. Como alguma coisa - porque eu sempre preciso comer alguma coisa - e faço qualquer coisa que me aliene ou me impossibilite de pensar. Mas hoje não vou fazer isso. Quero ver até onde minha auto-estima aguenta ficar sufocada pelos meus defeitos. Estou tentando me livrar da superficialidade.
Fico me forçando e experimentando até chegar ao limite da minha criatividade e ver o que acontece quando a ultrapasso. Mas minha mente é esperta e começo a sentir sono.
Começa a chover. Uma chuva homogênea daquelas que se torce pra acontecer quando está prestes a dormir. Hoje quem vai velar o sono dela sou eu. Vou ficar aqui, parada. Mão em frênesi, sentindo ela até ela cansar de ser sentida, sentir muito e se retirar. Aí eu durmo. Assim eu descubro o que minha mente faz quando para de pensar.
Minha mão para e meu pé começa. E descubro que por enquanto não consigo verbalizar tudo que quero. Minhas palavras me fogem e não adianta criar outras pois o problema não é escassez ou excesso, e sim questão de escolha. Sempre que há dois livros e tenho que escolher pego os dois, mas e as palavras? São muitas. Fico com todas e não escolho nenhuma. Preciso fazer uma propaganda melhor de mim mesma, pois não quero mais me comprar. Me falta ser atraente a mim mesma.
Me sobram olhos, me faltam observadores.
Me sinto infeliz e não sei até quando isso vai durar. Não sei até quando eu vou durar. Mas ser infeliz dói mesmo que não mate.
Minha mão está com um cheiro que não sinto há tempos. É quase descomunal manter os olhos secos, mesmo que simultaneamente eu tente forçar um sorriso pra compensar.
É algo só meu. Essa tristeza, essa saudade, essa necessidade de me ver feliz. Chorar me consome muito e me sinto tão cansada. Me transbordar e sentir que pelo menos de uma maneira precária e inútil estou ultrapassando algum limite.
Os meus demônios de hoje são diferentes dos de ontem, ou talvez sejam os mesmos mas com máscaras diferentes. A manutenção de novos demônios a cada novo tormento deve ser laborioso demais. Talvez agora devam investir em demônios mais versáteis. Agora mais que nunca estão os meus demônios, e são tantos! Já não sei mais o que fazer com eles. Não cabem mais no quarto então deixo a porta fechada para que ninguém os veja, e também não posso abrir a janela pois lá fora há muitos outros esperando pra entrar. Pra não morrer sufocada acho melhor ficar em lugares grandes, sufoco menos.
Minha privacidade foi violada. Durmo com meus demônios. Amanhã começa mais um dia e o Sol bem que podia achar algo mais importante pra fazer em vez de nascer.
Do cheiro dos meus incensos não há mais nem resquício.
Dos meus amigos, dos meus arrebatamentos, dos meus antigos sofrimentos, dos meus quase tormentos, do meu sorriso despreocupado, dos meus beijos em lugares proibidos, dos meus falsos sentimentos desenfreados é que sinto falta.
Falta de sair por aí, sem precisar dar satisfação a mim mesma pra ser feliz.
Revolução em meus cabelos, muito vento na cara, muita noite estrelada, uma cara debochada e um mundo de palhaçada. Eu era dona do mundo e sabia disso. Pisava nele descalça com meus pés horrorosos e não me importava. Luzes de todas as cores, campos de muitas flores, um coração de mil amores. Era eu em carne e poesia. Sem estrutura alguma a não ser a poética. Minhas orgias verbais.
É disso que sinto falta.
Começo a ler coisas de quem sabe escrever e sinto a necessidade de também o fazer pra tentar me sentir melhor: não funciona. Mas mesmo assim continuo até o ponto em que me sinto cretina e medíocre demais pra continuar e aí tento me quebrar. Então paro. Me desconcentro. Como alguma coisa - porque eu sempre preciso comer alguma coisa - e faço qualquer coisa que me aliene ou me impossibilite de pensar. Mas hoje não vou fazer isso. Quero ver até onde minha auto-estima aguenta ficar sufocada pelos meus defeitos. Estou tentando me livrar da superficialidade.
Fico me forçando e experimentando até chegar ao limite da minha criatividade e ver o que acontece quando a ultrapasso. Mas minha mente é esperta e começo a sentir sono.
Começa a chover. Uma chuva homogênea daquelas que se torce pra acontecer quando está prestes a dormir. Hoje quem vai velar o sono dela sou eu. Vou ficar aqui, parada. Mão em frênesi, sentindo ela até ela cansar de ser sentida, sentir muito e se retirar. Aí eu durmo. Assim eu descubro o que minha mente faz quando para de pensar.
Minha mão para e meu pé começa. E descubro que por enquanto não consigo verbalizar tudo que quero. Minhas palavras me fogem e não adianta criar outras pois o problema não é escassez ou excesso, e sim questão de escolha. Sempre que há dois livros e tenho que escolher pego os dois, mas e as palavras? São muitas. Fico com todas e não escolho nenhuma. Preciso fazer uma propaganda melhor de mim mesma, pois não quero mais me comprar. Me falta ser atraente a mim mesma.
Me sobram olhos, me faltam observadores.
Me sinto infeliz e não sei até quando isso vai durar. Não sei até quando eu vou durar. Mas ser infeliz dói mesmo que não mate.
Minha mão está com um cheiro que não sinto há tempos. É quase descomunal manter os olhos secos, mesmo que simultaneamente eu tente forçar um sorriso pra compensar.
É algo só meu. Essa tristeza, essa saudade, essa necessidade de me ver feliz. Chorar me consome muito e me sinto tão cansada. Me transbordar e sentir que pelo menos de uma maneira precária e inútil estou ultrapassando algum limite.
Os meus demônios de hoje são diferentes dos de ontem, ou talvez sejam os mesmos mas com máscaras diferentes. A manutenção de novos demônios a cada novo tormento deve ser laborioso demais. Talvez agora devam investir em demônios mais versáteis. Agora mais que nunca estão os meus demônios, e são tantos! Já não sei mais o que fazer com eles. Não cabem mais no quarto então deixo a porta fechada para que ninguém os veja, e também não posso abrir a janela pois lá fora há muitos outros esperando pra entrar. Pra não morrer sufocada acho melhor ficar em lugares grandes, sufoco menos.
Minha privacidade foi violada. Durmo com meus demônios. Amanhã começa mais um dia e o Sol bem que podia achar algo mais importante pra fazer em vez de nascer.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Fundo do baú
Numa vontade desumana de ser mais velha, mais velho...
Ando sem gênero.
Uma vontade alheia.
Ela me consome tanto que não sou quando tenho ela, sou ela.
***
Controle seus impulsos!
Alguém me disse uma vez.
É...acho que preciso controlar meus impulsos.
De comer que nem uma porca, de escrever até o sol quando ainda nem durmo, quando ainda acordo cedo.
Controle seus impulsos!
SIM!
NÃO!
Admito agora que sou primitiva e impulsiva quado isso se trata de uma lenta auto-destruição complusiva.
Controle-os!
***
Manias.
Não, não há nenhuma normal.
Vamos lá...tente se lembrar da pior...
...deixa eu ver...
Ah!
Essa tenho certeza é inédita!
Toda vez que me vejo em uma situação aparentemente sem saída faço instantânea e mentalmente uma carta de suicídio. Faço muito esforço pra não parecer piegas.
Mas a faço apenas mentalmente, pois se escrever de fato, aí só falta cometer o ato.
Quente demais pra mim.
Se vier uma vontade muito forte de o cometer penso: ainda não tenho uma carta.
***
Quando estou no âmago de uma situação, aquela cor se funde em mim com a mais marcante tonalidade possível, mas é incrível o poder que o tempo tem de banalizar as coisas.
Depois que a cor passa, a vejo desbotada e com falhas inúmeras.
O mesmo acontece com amores de domingo à tarde.
***
Olho para aquele resquício.
Pálido.
Fraco.
Ausente.
Raios de sol.
Tarde demais pra ficar cega.
***
Reconheço desconhecidos mas não olho para os lados.
Distraída.
***
A lei e salsichas: me dão nojo.
***
O começo é meio estranho.
Não sou boa com eles.
Minha mente ultimamente anda me negando escrita.
Minha mente grita, minha mão para.
Ando meio calada, corro ouvindo demais.
Nem percebo.
Narrações alheias, meu silêncio passa despercebido por mim.
***
Conto estrelas.
Ah! Mas que ignorância a minha! Deixei escapar uma.
Mas não sei contar depois de...de...
1, 2, 3, 4...
***
A garota inexperiente que se fez experiência para experimentar.
E a ré se declara:
BURRA!
Não sou pior, apenas não sutil.
***
Sou platéia passiva de minha atividade.
***
Ando sem gênero.
Uma vontade alheia.
Ela me consome tanto que não sou quando tenho ela, sou ela.
***
Controle seus impulsos!
Alguém me disse uma vez.
É...acho que preciso controlar meus impulsos.
De comer que nem uma porca, de escrever até o sol quando ainda nem durmo, quando ainda acordo cedo.
Controle seus impulsos!
SIM!
NÃO!
Admito agora que sou primitiva e impulsiva quado isso se trata de uma lenta auto-destruição complusiva.
Controle-os!
***
Manias.
Não, não há nenhuma normal.
Vamos lá...tente se lembrar da pior...
...deixa eu ver...
Ah!
Essa tenho certeza é inédita!
Toda vez que me vejo em uma situação aparentemente sem saída faço instantânea e mentalmente uma carta de suicídio. Faço muito esforço pra não parecer piegas.
Mas a faço apenas mentalmente, pois se escrever de fato, aí só falta cometer o ato.
Quente demais pra mim.
Se vier uma vontade muito forte de o cometer penso: ainda não tenho uma carta.
***
Quando estou no âmago de uma situação, aquela cor se funde em mim com a mais marcante tonalidade possível, mas é incrível o poder que o tempo tem de banalizar as coisas.
Depois que a cor passa, a vejo desbotada e com falhas inúmeras.
O mesmo acontece com amores de domingo à tarde.
***
Olho para aquele resquício.
Pálido.
Fraco.
Ausente.
Raios de sol.
Tarde demais pra ficar cega.
***
Reconheço desconhecidos mas não olho para os lados.
Distraída.
***
A lei e salsichas: me dão nojo.
***
O começo é meio estranho.
Não sou boa com eles.
Minha mente ultimamente anda me negando escrita.
Minha mente grita, minha mão para.
Ando meio calada, corro ouvindo demais.
Nem percebo.
Narrações alheias, meu silêncio passa despercebido por mim.
***
Conto estrelas.
Ah! Mas que ignorância a minha! Deixei escapar uma.
Mas não sei contar depois de...de...
1, 2, 3, 4...
***
A garota inexperiente que se fez experiência para experimentar.
E a ré se declara:
BURRA!
Não sou pior, apenas não sutil.
***
Sou platéia passiva de minha atividade.
***
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Monstro (II)
Tem uma femeazinha cretina zumbindo no meu quarto.
Estou prestes a dormir e só me falta o sono.
Estou prestes a dormir e só espero que passe essa dor de cabeça alheia e inútil.
Estou prestes a dormir e penso.
Penso na minha caneta macia e preferida que fez o favor de falhar e me obrigou a levantar da cama para pegar outra.
Penso em coisas.
Em pessoas.
E essa femeazinha cretina zumbindo no meu quarto louca pra me usurpar gotas vermelhinhas e suculentas do meu sangue doce e fresquinho.
Penso que é tarde e hoje acordo cedo.
Penso em como esse calor irritante vai me possuir e me deixar suar a noite inteira até eu acordar cansada de manhã e querer voltar pra cama.
Penso na minha frigidez cruel e ingrata a desprezar as coisas simplórias e meigas que o amor alheio me destina.
Penso em pessoa.
Naquela pessoa.
Merda!
Não era pra ser. Não era pra ser nela e nem desse jeito.
Era pra ser melhor. Era pra ser com o amor que ela marece. Era pra ser com o amor que eu sou capaz.
E eu sou tão capaz...
Merda de femeazinha cretina! Me chupa logo e vai embora!
Há uma letra jogada no meu quarto.
Penso que estou com saudades do meu irmão e a semana está com uma má vontade impaciente de passar.
Penso em quanto tempo mais vou ficar aqui perdendo tempo escrevendo. Meu estômago faz revolução e eu já escovei os dentes.
Penso nos livros que tenho pra ler e até quando o meu bom humor vai durar. De quantos euteamobomdia eu vou aguentar. Não é de verdade, pelo menos acredite nisso de boca fechada, ok?
Fico de cabeça pra baixo e tento perceber se o mundo está diferente. Algo mudou? Sim, agora as coisas estão do jeito que deveriam estar. Minhas ideias dão uma chacoalhada também, só pra entrar em sintonia com as oirártnoc odal od sasioc.
Femeazinha de merda!
Olho para o meu ursinho de pelúcia. Ele está olhando para o meu passarinho de palha parado no ar. Uma vez ele me disse que queria voar.(Uma vez eu disse que as coisas são parecidas com os donos).
Ela canta tão alto pra minha dor de cabeça que me dá vontade de levantar e começar a cantar também.
Eu perguntei o endereço e disse que ia mandar uma carta. Falei pra ele escolher entre máquina de escrever ou esses códigos ininteligíveis que têm a bondade de chamar de letra. Ele preferiu minha "letra" e prometeu que iria entender. É a primeira promessa nossa que ele não vai cumprir.
Então eu pego ela.
Eu como ela
e ela dá pra mim.
O meu sangue de volta.
Estou prestes a dormir e só me falta o sono.
Estou prestes a dormir e só espero que passe essa dor de cabeça alheia e inútil.
Estou prestes a dormir e penso.
Penso na minha caneta macia e preferida que fez o favor de falhar e me obrigou a levantar da cama para pegar outra.
Penso em coisas.
Em pessoas.
E essa femeazinha cretina zumbindo no meu quarto louca pra me usurpar gotas vermelhinhas e suculentas do meu sangue doce e fresquinho.
Penso que é tarde e hoje acordo cedo.
Penso em como esse calor irritante vai me possuir e me deixar suar a noite inteira até eu acordar cansada de manhã e querer voltar pra cama.
Penso na minha frigidez cruel e ingrata a desprezar as coisas simplórias e meigas que o amor alheio me destina.
Penso em pessoa.
Naquela pessoa.
Merda!
Não era pra ser. Não era pra ser nela e nem desse jeito.
Era pra ser melhor. Era pra ser com o amor que ela marece. Era pra ser com o amor que eu sou capaz.
E eu sou tão capaz...
Merda de femeazinha cretina! Me chupa logo e vai embora!
Há uma letra jogada no meu quarto.
Penso que estou com saudades do meu irmão e a semana está com uma má vontade impaciente de passar.
Penso em quanto tempo mais vou ficar aqui perdendo tempo escrevendo. Meu estômago faz revolução e eu já escovei os dentes.
Penso nos livros que tenho pra ler e até quando o meu bom humor vai durar. De quantos euteamobomdia eu vou aguentar. Não é de verdade, pelo menos acredite nisso de boca fechada, ok?
Fico de cabeça pra baixo e tento perceber se o mundo está diferente. Algo mudou? Sim, agora as coisas estão do jeito que deveriam estar. Minhas ideias dão uma chacoalhada também, só pra entrar em sintonia com as oirártnoc odal od sasioc.
Femeazinha de merda!
Olho para o meu ursinho de pelúcia. Ele está olhando para o meu passarinho de palha parado no ar. Uma vez ele me disse que queria voar.(Uma vez eu disse que as coisas são parecidas com os donos).
Ela canta tão alto pra minha dor de cabeça que me dá vontade de levantar e começar a cantar também.
Eu perguntei o endereço e disse que ia mandar uma carta. Falei pra ele escolher entre máquina de escrever ou esses códigos ininteligíveis que têm a bondade de chamar de letra. Ele preferiu minha "letra" e prometeu que iria entender. É a primeira promessa nossa que ele não vai cumprir.
Então eu pego ela.
Eu como ela
e ela dá pra mim.
O meu sangue de volta.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Morta.
E me despeço.
Dessa lentidão descompassada e vazia.
Timidez. Ela está aqui mas não sei como chamá-la.
estou morrendo e não tenho onde me segurar.Eu só queria um pouco de céu.
Paixões indianas desfeitas, personagens desconhecidos e crueldade barulhenta e sutil. Era só isso o que eu precisava.
Sobre umbigos e lobas.
estou morrendo e só queria um pouco de laranja.Eu nem tenho uma fita no cabelo...
Me pedem segredo sobre amores sutis para estranhos e eu digo que nem era necessário.
estou morrendo e só preciso de um pouco de comiseração.
Saudades de me embebedar em duas taças, crises de relações inexistentes e fogo pegando sem arder.
Olhos verdes, negros e vinho olhando pra mim de jeitos tão peculiares, tão particulares, tão familiares.
estou morrendo e ainda não tenho um epitáfio.
Conspirações astrais, benevolência temporal, sutileza matinal, vespertina, noturna.
A diária.
Era barata. Era cara. Os olhos.
Da cara.
estou morrendo e ainda não doei meus órgãos.
Vá em frente.
Me grite o quie não quero ouvir e me suss.urre o que não consigo escutar.
Estão todos acordados, estão todos corados.
Estão todos queimados.
estou morrendo e ainda não vi o Sol.
A mesa empoeirada. Poeira filtrada. Pelos lençóis cinza.
Cara lavada.
As unhas pintadas. Vinho tinto.
Era a cor.
Esmalte roído. Era o vício.
Vinho tinto.
O céu em carne viva. A unha de gato. Arranhando tudo.
Insensato.
O livro manchado de gotas distraídas. De mãos distorcidas. De palavras caídas.
De páginas assumidas. Em suma. Sumidas.
estou morrendo e não tenho virtudes.
Em asas que não tinham pena nem dó, me voava e decolava.
Me viava e descolava.
Me viajava e deslocava.
Me vejo descorada.
Me beijo decorada.
De cor.
E salteado.
estou morrendo e não tenho coração.
Me amanheço em gelo. Gesso.
Estou dura e despedaço.
Deste pedaço, um traço me condiciona ao dePEDAço.
Ao PÉDA letra. Na gaveta
ao PÉDA rima. Em cima. Cabeça.
Me esqueça. Me forneça. Seu número.
O seu cachorro tem?
estou morrendo e ainda não me toquei. Toco
Dessa lentidão descompassada e vazia.
Timidez. Ela está aqui mas não sei como chamá-la.
estou morrendo e não tenho onde me segurar.Eu só queria um pouco de céu.
Paixões indianas desfeitas, personagens desconhecidos e crueldade barulhenta e sutil. Era só isso o que eu precisava.
Sobre umbigos e lobas.
estou morrendo e só queria um pouco de laranja.Eu nem tenho uma fita no cabelo...
Me pedem segredo sobre amores sutis para estranhos e eu digo que nem era necessário.
estou morrendo e só preciso de um pouco de comiseração.
Saudades de me embebedar em duas taças, crises de relações inexistentes e fogo pegando sem arder.
Olhos verdes, negros e vinho olhando pra mim de jeitos tão peculiares, tão particulares, tão familiares.
estou morrendo e ainda não tenho um epitáfio.
Conspirações astrais, benevolência temporal, sutileza matinal, vespertina, noturna.
A diária.
Era barata. Era cara. Os olhos.
Da cara.
estou morrendo e ainda não doei meus órgãos.
Vá em frente.
Me grite o quie não quero ouvir e me suss.urre o que não consigo escutar.
Estão todos acordados, estão todos corados.
Estão todos queimados.
estou morrendo e ainda não vi o Sol.
A mesa empoeirada. Poeira filtrada. Pelos lençóis cinza.
Cara lavada.
As unhas pintadas. Vinho tinto.
Era a cor.
Esmalte roído. Era o vício.
Vinho tinto.
O céu em carne viva. A unha de gato. Arranhando tudo.
Insensato.
O livro manchado de gotas distraídas. De mãos distorcidas. De palavras caídas.
De páginas assumidas. Em suma. Sumidas.
estou morrendo e não tenho virtudes.
Em asas que não tinham pena nem dó, me voava e decolava.
Me viava e descolava.
Me viajava e deslocava.
Me vejo descorada.
Me beijo decorada.
De cor.
E salteado.
estou morrendo e não tenho coração.
Me amanheço em gelo. Gesso.
Estou dura e despedaço.
Deste pedaço, um traço me condiciona ao dePEDAço.
Ao PÉDA letra. Na gaveta
ao PÉDA rima. Em cima. Cabeça.
Me esqueça. Me forneça. Seu número.
O seu cachorro tem?
estou morrendo e ainda não me toquei. Toco
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Feliz Ano Novo
Faltam 20 minutos para 2010 e fiquei meio desesperada de ter mais um ano me escorrendo pelas mãos.
Resolvi escrever um pouco.
Minha família está reunida.
Minha mãe está nervosa como sempre.
Meu pai contando estórias doidas como sempre.
Meu irmão se divertindo e rindo como sempre.
Eu escrevendo como sempre.
Meu cachorro dormindo como sempre.
O Júlio verde como sempre.
Ainda preciso mandar uns SMS's pra algumas pessoas que não estão pensando em mim agora mas eu sei que nunca me esquecem.
O meu telefonema do dia já aconteceu. Se eu me perder em 2009 e não encontrar 2010, pelo menos a lembrança da voz dela estará mais próxima.
Esse ano eu ganhei meu primeiro olho roxo, colhi flores e deixei meus 15 anos e algumas besteiras pra lá.
Redescobri meus amigos e novos segredos. Constatei que amo cada vez mais meu irmão, que minha mãe vai ser sempre nervosa, meu pai sempre chato, que o Max nem sempre vai estar aqui e que o Júlio vai morrer depois de todo mundo.
Eu não fiz grandes descoberta sobre mim este ano, mas percebi como as outras pessoas me completam de uma maneira tão necessária e de como sinto falta de todas elas, (até da mulher que tem cara de Marisa e que passa perto de casa de manhã para ir trablhar. Ela tem olhos cansados). Se quiser saber de todos os meus segredos é só perguntar aos meus (des)conhecidos. Tenho muitos cúmplices.
Por pior que tenha sido, sentirei saudades de 2009 e das coisas que deixei pra trás. Estou com um pouco de medo de não conseguir me lembrar das coisas que perdi e do quão boas elas foram.
Tenho medo de que minhas cicatrizes se fechem completamente e de que eu me esqueça do quanto a dor que me maltrata me ensina.
Esse ano novo preciso:
Rever pessoas.
Contar algumas coisas.
Passar no vestibular.
Estudar de verdade.
Amar tudo de novo, com novas tonalidades e se possível com mais intensidade.
Ler mais.
Ser menos cruel.
Menos indolente.
Mais tolerante.
Colecionar menos hematomas(desastrada).
Emagracer um pouco mais
e Dormir um pouco menos.
Talvez eu tenha mais coisas pra dizer. Eu sempre tenho.
Vou sentir saudades das cores de 2009, das pessoas de 2009 e da pessoas que eu fui em 2009.
Bons tempos e bons tempos virão.
Dizem que o que você faz na virada de ano, é o que você vai passar fazendo o resto do ano.
Agora já é 11:58.
Feliz ano novo.
Agora vou indo.
Tenho que chorar um pouco abraçando minha família, receber umas lambidas do Max e uma "cantada" do Júlio.
Te vejo em 2010.
Resolvi escrever um pouco.
Minha família está reunida.
Minha mãe está nervosa como sempre.
Meu pai contando estórias doidas como sempre.
Meu irmão se divertindo e rindo como sempre.
Eu escrevendo como sempre.
Meu cachorro dormindo como sempre.
O Júlio verde como sempre.
Ainda preciso mandar uns SMS's pra algumas pessoas que não estão pensando em mim agora mas eu sei que nunca me esquecem.
O meu telefonema do dia já aconteceu. Se eu me perder em 2009 e não encontrar 2010, pelo menos a lembrança da voz dela estará mais próxima.
Esse ano eu ganhei meu primeiro olho roxo, colhi flores e deixei meus 15 anos e algumas besteiras pra lá.
Redescobri meus amigos e novos segredos. Constatei que amo cada vez mais meu irmão, que minha mãe vai ser sempre nervosa, meu pai sempre chato, que o Max nem sempre vai estar aqui e que o Júlio vai morrer depois de todo mundo.
Eu não fiz grandes descoberta sobre mim este ano, mas percebi como as outras pessoas me completam de uma maneira tão necessária e de como sinto falta de todas elas, (até da mulher que tem cara de Marisa e que passa perto de casa de manhã para ir trablhar. Ela tem olhos cansados). Se quiser saber de todos os meus segredos é só perguntar aos meus (des)conhecidos. Tenho muitos cúmplices.
Por pior que tenha sido, sentirei saudades de 2009 e das coisas que deixei pra trás. Estou com um pouco de medo de não conseguir me lembrar das coisas que perdi e do quão boas elas foram.
Tenho medo de que minhas cicatrizes se fechem completamente e de que eu me esqueça do quanto a dor que me maltrata me ensina.
Esse ano novo preciso:
Rever pessoas.
Contar algumas coisas.
Passar no vestibular.
Estudar de verdade.
Amar tudo de novo, com novas tonalidades e se possível com mais intensidade.
Ler mais.
Ser menos cruel.
Menos indolente.
Mais tolerante.
Colecionar menos hematomas(desastrada).
Emagracer um pouco mais
e Dormir um pouco menos.
Talvez eu tenha mais coisas pra dizer. Eu sempre tenho.
Vou sentir saudades das cores de 2009, das pessoas de 2009 e da pessoas que eu fui em 2009.
Bons tempos e bons tempos virão.
Dizem que o que você faz na virada de ano, é o que você vai passar fazendo o resto do ano.
Agora já é 11:58.
Feliz ano novo.
Agora vou indo.
Tenho que chorar um pouco abraçando minha família, receber umas lambidas do Max e uma "cantada" do Júlio.
Te vejo em 2010.
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