Numa batida charmosa
deixe que eu te guie
angulosa.
O meu quadril vai no ritmo
do teu samba
do meu bamba
da nossa prosa.
No calor do funk
como le gusta.
Me gusta.
Te gusta?
Me custa muito caro me manter parada.
Me arranque a língua
badulaque à míngua
minguando a noite inteira
a metade um balde
a inteira metade
a meneira de falsa verdade.
Agora meu quadril vai no ritmo da tua manha
da tua maconha
até de manhã.
E depois de amanhecer eu aconteço e me despeço de um quase nosso começo sem verbo.
No meu paralelísmo labiríntico
eu te seduzo
-com meu verbalismo
eu te conduzo:
à minha boca
à minha louca
à minha rouca
vontade de te acabar
até que eu não me sobre.
Até que meu ouro vire cobre
até que uma esquina me dobre.
Porque sou evaziva
tente me pegar
eu me esquivo
eu me resquício
e me esqueço de ser sua.
Porque eu sou índia
pele vermelha
tato quente
aquela coisa envolvente.
Pele de terra
olhos escuros.
Eu me desmancho com o vento
me visto de relento
não me calo e alento.
Porque eu sou medusa
me usa
que eu te recuso
me abusa
enquanto você intruso.
Aproveite que ainda não olhei pra você, pois quando o fizer, paralizo
extatizo.
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