segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

     Não gosto e não posto nada que não seja de minha autoria. Porém, esse trecho que vou postar agora merece ser colocado em território alheio (não que os outros não o sejam).

                                                                                                                             Sem mais.


"Estas palavras não são minhas. Talvez pertençam a outros, mais nobres, mais loucos, mais livres do que eu. Tento dominá-las, mas elas têm vida própria. Tento poli-las, mas elas têm forma bruta. Por fim, vencida, tento agarrá-las e me desespero se fogem de mim. Se são frágeis eu as desprezo, se não têm sentido elas me exasperam e se não são belas eu as odeio. Mas não adianta. Elas me governam."

                                                                   Heloísa Seixas, Pente de Vênus.

Diálogo com meu irmão

- Quer água com gás?

- Ah... não. Ela é meio sem graça, e tem gosto de nada.

- Mas você queria tomar ela e ficar dando risada?

- O que?

- Você disse que ela é sem graça.

-Putz... você anda engraçadinho ultimamente né?

- É que eu estou tomando água com gás.

(¬¬)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vida de filha única

é uma droga.



Por ele eu pagaria todos os micos do mundo.




(cara inchada e nutella, domingos de manhã)

sábado, 15 de janeiro de 2011

A mulher invisível

     E seria noite.
     Sua alma morna, resignada.

     Caminharia até os pés sangrarem
     até o chão esfriar
     até a alma acalmar.

     Sua resignação era pela busca.
     Uma busca tosca
     pois em vão.
     Um vão profundo na memória.

Não se lembra de nada antes dela

     Ela sempre esteve lá.
     Viera de onde?
     Partira de quando?

     Suas cores já confusas
     os cheiros foscos
     o tato amargo
    
     A busca um fardo.

     Mas o que poderia ele fazer? Contra aquela que chegara sem permissão, permanecia sem ficar e ia embora pra voltar?

     E sangrariam seus pés.
     E cegaria sua boca. Pois eram palavras cegas. 
     Sua língua era só barulho, suas palavras entulho, sua mente um mergulho.

     E seria dia tal.
     Tal dia chegaria.
     Mas não partiria da vontade dele.
ele era um objeto
     Dela, ele era um trajeto.
     Dele, ela era uma traição.

     Uma traição do natural
     daquilo tudo que conhecia como real.
     Ela era coisa e tal
(certas vezes puro mal)
     porque ela era uma traição.

     Quando o destino se enamora da voluptuosa vontade sem paixão, surgem ébrias traições contra Quem.
     Surgem sérias contradições sem nem.

     Mas o que poderia ele fazer?
     Senão procurar em cada vão de memória, em cada éter onírico, em cada vontade calada, em cada unha quebrada uma maneira de encontrá-la por sua própria vontade?

     Não era bem uma obcessão.
     Ela não era o objeto da sua.
     O que ele queria era provar para quem devesse ser provado que a sua vontade também manipulava.
     E esse "quem" também incluia ele próprio.

(continua)

Mu(an)danças

Minha vida uma loucura.

Pegando meus restos pelo caminho pra conseguir receber um abraço de novo, ninguém gosta de abraçar pedaços.
Estou com um monte de estórias na cabeça e não sei quando vou conseguir acabar com esse bloqueio bobo de achar que não consigo fazer algo mais concreto.

Meu irmão vai pra Nova Zelândia dia 18 agora, e deus! Que falta absurda ele vai fazer.
Não passei no vestibular e parece que fui a única pessoa do mundo que não. Por mais que fosse algo esperado, é decepcionante.

Então, pra começar terminando com esse bloqueio infundado de achar que não consigo escrever algo duradouro, vai aqui minha primeira tentativa.
É um impulso.
E não sei o que fazer com isso.
(nem com as estórias nem com os impulsos)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Por partes. (como um esquartejador)

     O prólogo da minha despedida acontece enquanto relembro do cheiro das flores.
     Um cheiro mestiço.
     enquanto meu
     quebradiço
     olhar
     olha para minhas mãos me lembrando das tuas
     olha para minhas pernas me lembrando das ruas
     olha para meus olhos me lembrando das luas.
     As luas passadas
     à nuas laçadas.


     Era um lance de tudo,
     de pele muda.
     Eu mudando e você falando.

     Eu muda.
     Eu mudo.
     Eu tudando um todo vazio.
     Eu nada.ndo num nado rio.
     E eu ria.
     Você não entendia.
     Não entendia que eu era capaz de querer mais.
     Não antevia que eu era capataz
fracassada de uma sede sagaz.
     E de uma vontade fugaz.


     No meu pacote estava escrito:
     os sonhos contidos.
(mas eles não eram contados)
     E mudavam.
     E se multiplicavam.
     Mas isso era um acordo tácito
     que não foi brindado
     mas havia taças.
Um brinde a uma farça.


     Dizer que quando sinto o cheiro das flores eu tenho mais possibilidades.
     As minhas poças são lagos.
     Os meus dados têm mais lados.


     Dizer que não tenho princípios
(é uma péssima mania minha)
     o que eu não tenho é memória
     e por isso escrevo.
(faço história)
     Eu mudo sentimentos e não o passado.


     Uma força bruta
     Uma parte luta
     A minha arte
     contra
     a outra metade.