quero sentir o olho me fazer cócegas
que as morsas me pareçam leves
que a neve me aqueça as costas
e que as apostas sejam esquecidas
numa poça dessas bem esmaecidas
Quando a mitologia revelar seu nome
quero a História de tinta nova
e o que me motiva sejam Odes do tempo da poesia pragmática e do amor dogmático.
Que pragas do amor mut(u)alizado não recaiam sobre os mesmos ímpios,para que os arrrepios sejam em outras estações.
quero flores chovendo o chão
quero flautas chorando o fel
a guerra romper-se em mel
quero a cor da hematita pintada no céu.
Quando o viscoso escoar,
na casa mais antiga da história mais bonita,
a colina rasa se estenderá por sobre meus pés
e lírios tigre se mesclarão aos meus cabelos em mechas madeixas
por onde se esgueiram os segredos da terra,
por onde se esgueiram os segredos da terra,
por onde se encerra a cada serra passsante
em cada sonho errante de realidade cadente.
Quando as palavras semearem a mente,
Que se faça a chuva
Que se faça sol.
Que se molhe a Lua presa ao firmamento por anzol
para pescar admiradores:
boemios e trovadores,
seresteiros e amantes,
que antes já foram desamores.
Quando o mar secar a minha boca,
que minhas constelações feitas de sal
se banhem no mais puro anil.
Por onde passam prazeres
que se faça a sorte em sua essência mais vil.
Que os ventos me abençoem da primazia da rosa,
que venta e se espalha por espelhos
de finas laminas salinas
onde rendas finas namoram a terra.
Quando a estrela se desmaterializar
que a açucena se desfaça em feixes de luz
que a amarílis floresça nos horizontes cálidos de Caiena
em doces gotas de caiana
que a ana de tantos sufixos e prefixos
se fixe no céu e se derrame sem nexo, sem sexo e nem eixo
eu deixo.
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