domingo, 6 de setembro de 2009
Releitura
Do incessante relógio ao ônibus desastroso. Penso lá fora.
Encontro casual, moralidade sensual.
[Olhe nos meus olhos e o circo pega fogo.]
Vozes guturais sendo reconhecidas. Estremecerei imaginando. Olhe aqui dentro e o circo. Eu o cerco. Me seco. Derreto. Dormirei pensando.
[E o fogo.]
Na gaveta aberta, um frêmito de papéis sussurrados. Surrada, violentada e condenada beijarei a boca.
[E o circo pega.]
Dos móbiles ao chão. Do colchão á coxa. Da mancha roxa. Te darei lá fora.
[E o fogo pega.]
Cega, da bailarina à sapatilha, dedilho minha cítara o que outrora citara a Índia.
[Circo fogo.]
Tragarei a fumaça envolvente e trago o envolvente. Trarei enquanto trago. Trago enquanto traço envolvente fumaça a tragada que trará o fogo pra mais perto.
[E o circo.]
Levantarei da cama e olharei pela janela. Já está nela aquela foto. O retrato tratado como trato indelicado.Deliciado com a vista, o outro que agora é fulano e outrora cigano adorara, adorará, adornando e tornando mais indelicado entornará.
[E o fogo é o circo que pega.]
E o animal fora do Éden come suculenta fruta enquanto desfruta lenta e sedentamente. Bom dia de trabalho.
Levantarei da cama e olharei pela janela, pensarei lá fora e o circo pega fogo.
E o diluído é um ácido fraco que o corrói, é uma frase solta aquilo envolta e o vão aquilo que o traz.
[E volta.]
Solta.
E solto, no desequilíbrio constante, pensaria só um instante em como seria pensar igual.
[Olhe nos meus olhos e pega.]
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