segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Eu sei porque estou escrevendo. Estou escrevendo porque escrever é um velho hábito, e estou utilizando um velho hábito para falar sobre um velho defeito. Essa é a primeira, e acredito também que seja a última vez que sentirei algo parecido, pois algo que doi tanto assim, não pode fazer o mesmo efeito mais de uma vez. Nenhuma será forte quanto a primeira. Tipo pílula do dia seguinte. Tipo morte. Não dá pra sentir alguma coisa depois dela.
O que aconteceu hoje foi isso.

Tipo morte.

Não me lembro da última vez que quis tanto morrer como hoje. Porque não teve.
Hoje eu morri.
Não foi uma morte qualquer. Eu corri pro abismo e me atirei sem nem mesmo gritar. Porque eu sabia que cairia. Eu queria cair.

E queria estar caindo até agora, pra sensação de morte durar mais.

Um comentário:

  1. A gente se sentava aqui, e você dizia: "bonito nome garoto, sua cara de mau não me engana".
    Você nunca se viu realmente dessa forma,
    Nua, na noite, dizendo coisas que não faziam o menor sentido
    Você era a garota sem nome, sem fome.
    E com a pele arrepiada, e quase queimada de sol.


    Bom natal, e bom final de ano.

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