Eu sei porque estou escrevendo. Estou escrevendo porque escrever é um velho hábito, e estou utilizando um velho hábito para falar sobre um velho defeito. Essa é a primeira, e acredito também que seja a última vez que sentirei algo parecido, pois algo que doi tanto assim, não pode fazer o mesmo efeito mais de uma vez. Nenhuma será forte quanto a primeira. Tipo pílula do dia seguinte. Tipo morte. Não dá pra sentir alguma coisa depois dela.
O que aconteceu hoje foi isso.
Tipo morte.
Não me lembro da última vez que quis tanto morrer como hoje. Porque não teve.
Hoje eu morri.
Não foi uma morte qualquer. Eu corri pro abismo e me atirei sem nem mesmo gritar. Porque eu sabia que cairia. Eu queria cair.
E queria estar caindo até agora, pra sensação de morte durar mais.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
É estranho voltar depois de tanto tempo. E isso na verdade nem é uma volta, é só pra deixar claro que eu não esqueci, e que nunca vou esquecer, mas ando em um momento tão diferente da minha vida que talvez esse blog não seja mais o ideal. Mas de qualquer jeito, só pra não perder o costume - que na verdade eu já perdi, diga-se de passagem - aí vai mais um post, que na verdade foi uma conversa.
- corpo fervendo. tempo corroendo. olhos lascivos. pele escrevendo. um momento sem vento. neste momento invento.
-Engraçado, como estamos em momentos diferentes... Quase não me lembro da última vez que consegui produzir algo, de inventar, brincar com as palavras. Ando tão cheia de tanta coisa, e descobri algo que acho que você já deve saber há um tempo, só se pode escrever e criar quando se está incompleto. Era por incompletude que eu escrevia, era por ela que eu me movia. Sinto falta de faltar. Aqui tudo me basta, não é estranho? Sempre venta muito, o sol me marca mais, e sinto o tempo de uma maneira que nunca senti, aqui ele corre desesperado, acho que talvez você não me reconheceria se me visse. Minhas cores estão tão diferentes... Mas aí percebo que sempre sentirei falta de alguma coisa, ou da incompletude ou de me bastar. Nunca me bastei, essa é a primeira vez, mas sinto um pouco a falta de quando não. Mas é fase, e me aceito nessa, diferente de quando não me aceitava na outra. Minha poesia tá dormindo. Confesso que tenho um medo recorrente de que ela não acorde mais, mas nada é pra sempre. Graças a deus não somos os mesmos quando entramos no mesmo rio pela segunda vez. Amo o eterno devir. E espero que esse devir que agora me cabe, e me cabe sem sobrar e nem faltar, passe logo, e que venha um devir que não me caiba. Pois também quero saber como é ser maior do que eu.
- corpo fervendo. tempo corroendo. olhos lascivos. pele escrevendo. um momento sem vento. neste momento invento.
-Engraçado, como estamos em momentos diferentes... Quase não me lembro da última vez que consegui produzir algo, de inventar, brincar com as palavras. Ando tão cheia de tanta coisa, e descobri algo que acho que você já deve saber há um tempo, só se pode escrever e criar quando se está incompleto. Era por incompletude que eu escrevia, era por ela que eu me movia. Sinto falta de faltar. Aqui tudo me basta, não é estranho? Sempre venta muito, o sol me marca mais, e sinto o tempo de uma maneira que nunca senti, aqui ele corre desesperado, acho que talvez você não me reconheceria se me visse. Minhas cores estão tão diferentes... Mas aí percebo que sempre sentirei falta de alguma coisa, ou da incompletude ou de me bastar. Nunca me bastei, essa é a primeira vez, mas sinto um pouco a falta de quando não. Mas é fase, e me aceito nessa, diferente de quando não me aceitava na outra. Minha poesia tá dormindo. Confesso que tenho um medo recorrente de que ela não acorde mais, mas nada é pra sempre. Graças a deus não somos os mesmos quando entramos no mesmo rio pela segunda vez. Amo o eterno devir. E espero que esse devir que agora me cabe, e me cabe sem sobrar e nem faltar, passe logo, e que venha um devir que não me caiba. Pois também quero saber como é ser maior do que eu.
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