sábado, 11 de fevereiro de 2012

Eparrei!

     Foi uma eparrei mia'mãe!
     um batuque meio pesado

     meio estilo olodum
     um surdo meio calado
     em qualquer móvel de madeira fazia tum

     E que malemolência era aquela
     que me tomava de arrebol
     molhado a sol.
     Era o nascer do pôr

     um começar por parte alguma
     o que começa sempre com mais uma.

     Uma percussão
     pegando nas minhas cadeiras

     numa cadência meio decadente
     te enchendo de meias besteiras

     uma tulipa que me bebia de verdades
     quase com brutalidade.

     Já nem era mais vinho.
     Era outro fermentado.

     Aquela loira gelada, de quadril ágil.
     Mas uma preta quente sempre me deixa arrepiada. Uma preta nada dócil, daquelas bem difíceis, tinhosas. Cheias de manias, cheias de cachos, cheirando a cardamomo, de sorriso fácil.
     

     Eu quero uma manha quente.
     Numa manhã caliente.
     Com sorriso de maconha somente.
     Teus casos com cheiros amantes.
     Teus maços de bitucas fumegantes.
     Teus machos de bocas incessantes .

     E no meio da roda
     aquela que rola prosa, verso e rosa
     a morena fez que viu
     a dengosa fez psiu
     eu fui a pleno desvario
     fiz 
que
     fiz
     Numa dança charmosa
     eu e a Rosa
     sem verso nem prosa
     com tulipa cheia de loira
     com o corpo cheio de lira
     dançamos feito pomba-gira.